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TOP GUN
Analistas comentam uso explícito da guerra
De olho em 2004, Bush faz "show" para a TV
DA REDAÇÃO
Classificada por jornalistas e
analistas como cenas "ao estilo
Top Gun" ou "de um episódio
de John Wayne", as imagens de
George W. Bush a bordo de um
porta-aviões que voltava da
guerra no Iraque, transmitidas
anteontem pelas TVs, são parte
de uma cuidadosa operação de
marketing com o objetivo de
impulsionar sua candidatura à
reeleição, no ano que vem.
Com um capacete de piloto
debaixo do braço e uniforme
militar completo, o presidente
desceu do avião no qual aterrizara no USS Abraham Lincoln
com a pose de quem acaba de
voltar da guerra. Abaixo do pára-brisa, lia-se a inscrição
"George W. Bush - Comandante-em-chefe". Sobre uma passarela, uma grande bandeira proclamava: "Missão cumprida".
"Foi um golpe de mestre midiático", disse o analista Thomas Mann, do Instituto Brookings. "É a quintessência do
marketing para promover um
presidente", disse.
Para o analista Dennis Goldford, da Universidade de Drake,
no Iowa, a Casa Branca pretende, com o "show" de Bush, manter o estado de mobilização da
opinião pública sobre a questão
da segurança nacional e da guerra contra o terrorismo, na qual o
presidente leva vantagem sobre
seus adversários democratas,
considerados "pacifistas".
Segundo pesquisa publicada
ontem pelo jornal "Washington
Post", Bush sai do conflito com
o Iraque com sua popularidade
em alta, mas enfrenta a desconfiança da população em relação
à sua capacidade de lidar com os
problemas econômicos e as
questões internas americanas.
Enquanto 75% e 79% disseram, respectivamente, aprovar a
forma com que Bush administrou a situação no Iraque e a
guerra contra o terror, apenas
52% aprovam sua condução da
economia, 50%, sua política de
impostos, e, 43%, sua proposta
para o Orçamento federal.
Para os analistas, isso indica
que Bush terá de lutar para não
repetir os erros de seu pai, há 11
anos: mesmo após derrotar Saddam Hussein na Guerra do Golfo, em 1991, George Bush não
conseguiu ser reeleito em 1992.
O mau desempenho da economia foi apontado, na época, como principal razão para sua derrota eleitoral para Bill Clinton.
Com agências internacionais
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