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São Paulo, sábado, 03 de maio de 2003

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TOP GUN

Analistas comentam uso explícito da guerra

De olho em 2004, Bush faz "show" para a TV

DA REDAÇÃO

Classificada por jornalistas e analistas como cenas "ao estilo Top Gun" ou "de um episódio de John Wayne", as imagens de George W. Bush a bordo de um porta-aviões que voltava da guerra no Iraque, transmitidas anteontem pelas TVs, são parte de uma cuidadosa operação de marketing com o objetivo de impulsionar sua candidatura à reeleição, no ano que vem.
Com um capacete de piloto debaixo do braço e uniforme militar completo, o presidente desceu do avião no qual aterrizara no USS Abraham Lincoln com a pose de quem acaba de voltar da guerra. Abaixo do pára-brisa, lia-se a inscrição "George W. Bush - Comandante-em-chefe". Sobre uma passarela, uma grande bandeira proclamava: "Missão cumprida".
"Foi um golpe de mestre midiático", disse o analista Thomas Mann, do Instituto Brookings. "É a quintessência do marketing para promover um presidente", disse.
Para o analista Dennis Goldford, da Universidade de Drake, no Iowa, a Casa Branca pretende, com o "show" de Bush, manter o estado de mobilização da opinião pública sobre a questão da segurança nacional e da guerra contra o terrorismo, na qual o presidente leva vantagem sobre seus adversários democratas, considerados "pacifistas".
Segundo pesquisa publicada ontem pelo jornal "Washington Post", Bush sai do conflito com o Iraque com sua popularidade em alta, mas enfrenta a desconfiança da população em relação à sua capacidade de lidar com os problemas econômicos e as questões internas americanas.
Enquanto 75% e 79% disseram, respectivamente, aprovar a forma com que Bush administrou a situação no Iraque e a guerra contra o terror, apenas 52% aprovam sua condução da economia, 50%, sua política de impostos, e, 43%, sua proposta para o Orçamento federal.
Para os analistas, isso indica que Bush terá de lutar para não repetir os erros de seu pai, há 11 anos: mesmo após derrotar Saddam Hussein na Guerra do Golfo, em 1991, George Bush não conseguiu ser reeleito em 1992. O mau desempenho da economia foi apontado, na época, como principal razão para sua derrota eleitoral para Bill Clinton.


Com agências internacionais


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