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ESTUDO
42 jornalistas morreram em 2003
Um terço do mundo não tem mídia livre
DA FRANCE PRESSE
Cerca de um terço da população mundial esteve privada de liberdade de imprensa em 2003, segundo relatório anual da ONG internacional Repórteres Sem Fronteira (RSF), com sede em Paris.
"Mais de 130 jornalistas se encontram atualmente presos no
mundo, e 42 perderam a vida em
2003 por exercer sua profissão ou
expressar suas opiniões, contra 25
mortes registradas em 2002", disse a organização, ressaltando que,
desde 1995, esses dados não haviam sido tão negativos. Além
disso, 766 jornalistas foram detidos, mais de 1.460 foram agredidos ou ameaçados e 501 meios de
comunicação foram censurados
em todo o mundo em 2003.
A maioria das vítimas mortais
ocorreu na Ásia, com 16 mortes,
considerada a maior prisão para
jornalistas do planeta. No Oriente
Médio, 15 jornalistas de diversas
nacionalidades perderam a vida
em 2003. "Além da carência de
meios de comunicação independentes e a fortíssima autocensura
em vários países, a Guerra do Iraque e a continuação do conflito israelo-palestino submeteram a liberdade e a segurança dos jornalistas a uma dura prova."
No Iraque, além das duras restrições impostas pelo regime iraquiano até a sua queda, em abril, e
da violência das milícias e insurgentes iraquianos, os RSF ressaltam a agressividade das forças
americanas. "Os soldados americanos mataram cinco jornalistas
durante ou depois da guerra e não
foi feita nenhuma investigação."
Com ao menos oito jornalistas
mortos em 2003, a América Latina segue uma terra de contrastes
para a liberdade de imprensa, seriamente ameaçada em Cuba e na
Colômbia e vítima de instabilidade política na Bolívia, no Equador, na Venezuela e no Peru.
Cinco das mortes ocorreram na
Colômbia, considerada o país
mais perigoso da região, com
mais de 60 jornalistas seqüestrados. Os RSF denunciaram a onda
de repressão em Cuba, com 27
jornalistas presos na onda repressora que levou ao todo 75 dissidentes à prisão e a condenações
de até 27 anos. "Seus crimes? Publicar artigos no exterior e conversar com diplomatas dos EUA."
No Brasil, os RSF vêem a situação como satisfatória, mas apontam graves violações, principalmente o assassinato de dois jornalistas: o fotógrafo Luiz Antônio
Costa, morto em São Paulo por
criminosos, e Nicanor Linhares
Batista, dono da Rádio Vale do Jaguaribe em Limoeiro do Norte,
Ceará, morto por motivo político.
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