São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

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ELEIÇÕES NOS EUA

Candidato democrata ainda não definiu temas centrais

Campanha de Kerry enfrenta crise

ADAM NAGOURNEY
DO "NEW YORK TIMES"

Dois meses após o senador John Kerry ter efetivamente obtido a candidatura presidencial democrata para as eleições de novembro, membros de seu partido dizem que sua campanha vem sendo superada regularmente pela Casa Branca enquanto busca encontrar seu eixo e fazer a transição das primárias à luta contra o presidente George W. Bush.
Mesmo expressando confiança nas perspectivas eleitorais de Kerry, membros do Partido Democrata dizem estar preocupados com o que descrevem como sua dificuldade em se deter em temas específicos para a sua campanha, a falta de publicidade e a lentidão em estabelecer grupos de trabalho em Estados-chave para a eleição.
"Bush teve três de seus piores meses na Presidência, mas eles [assessores de Kerry] estão parados, precisam avançar", disse Donna Brazile, que cuidou da campanha do candidato democrata Al Gore na eleição de 2000.
Brazile acha que Kerry tenha tempo, capacidade política e dinheiro para derrotar o que muitos democratas afirmam ser um presidente bastante vulnerável, mas ressalta que "este é um momento crucial da campanha". Pesquisas de opinião apontam um empate técnico entre os candidatos.
O senador John Edwards, um dos rivais de Kerry durante as primárias e seu possível candidato a vice, vem expressando preocupação com a campanha de Kerry.
Em Ohio, Estado visto pelos dois lados como possivelmente o mais crítico da eleição, Kerry ainda não escolheu um diretor local de campanha nem abriu um escritório. Já Bush apontou seu diretor no Estado em janeiro e abriu seu escritório em Columbus há três meses, com 13 funcionários.
A campanha de Kerry ainda não criou a chamada "sala de guerra" -com pesquisadores, estrategistas e assessores de imprensa- para lidar com os ataques dos republicanos. Bush abriu sua "sala de guerra" no começo de março. De lá partiu uma barragem incansável de ataques e informações sobre Kerry que, segundo democratas, bloqueou a intenção do senador de fazer da eleição um referendo sobre o presidente.
Para muitos democratas, a maior dificuldade para Kerry é sua contínua busca por um tema definitivo para a sua candidatura -geralmente uma das tarefas mais urgentes de qualquer candidato. ""Precisamos ser sinceros: nosso candidato não é muito bom com frases rápidas", disse o deputado Harold E. Ford Jr., co-presidente da campanha democrata. ""Ele é muito pensativo, e às vezes demora para dizer as coisas."


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