DE LONDRES

Na eleição mais apertada da história da capital britânica, a Prefeitura de Londres mudou de mãos pela primeira vez desde que o cargo foi criado, em 2000. O novo prefeito é Boris Johnson, 44, um conservador popular por suas aparições em programas de TV, sua capacidade de falar o que não deve e seu aguçado intelecto.
"A vitória mostrou que os conservadores voltaram a ser um partido em que se pode confiar plenamente. Vou trabalhar sem trégua para justificar a sua confiança", disse Johnson num curto discurso da vitória.
O trabalhista Ken Livingstone, que tentava a reeleição, tentou amenizar as perdas. "O Partido Trabalhista estava firmemente unido. A culpa dessa derrota é toda minha", disse.
A eleição foi decidida numa espécie de "segundo turno instantâneo". Johnson conquistou 1,04 milhão das primeiras preferências, enquanto Livingstone recebeu 894 mil. Como nenhum dos dois superou a metade dos votos, as segundas preferências dos eleitores foram fundamentais: com elas, o conservador somou 1,17 milhão de votos, e Livingstone, 1,03 milhão, seguido pelo liberal-democrata Brian Paddick.
"Ken, você foi um grande líder, definiu o posto de prefeito e lhe deu proeminência nacional", elogiou Johnson. O adversário retribuiu: "Boris, serão os melhores anos de sua vida".
O comparecimento às urnas foi alto, em torno de 45% - três pontos percentuais abaixo do recorde histórico em eleições locais e muito acima dos 37% de 2000 e dos 35% de 2004.
Londres é uma das 13 cidades britânicas onde o voto para prefeito é direto. Na maioria, os eleitores escolhem vereadores, que apontam indiretamente o administrador municipal.
Na véspera da eleição, Livingstone definiu Johnson como uma "piada" e é um pouco assim que o próprio conservador se vê. Anteontem, ele admitiu estar havia sete meses sem beber, por toda a campanha, para diminuir a chance de cometer gafes: "Amanhã vamos trabalhar como loucos, mas hoje vamos tomar um drinque".


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