São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Potências pedem que Israel saia de terras de palestinos na Cisjordânia

ONU, Rússia, União Européia e EUA também exortam árabes a ajudar a ANP

DA REDAÇÃO

O chamado Quarteto para o Oriente Médio -União Européia, Rússia, Estados Unidos e Nações Unidas- apelou para que Israel congele os planos de novos assentamentos na Cisjordânia e desmantele aqueles construídos a partir de maio de 2001, como forma de evitar o colapso das negociações de paz com os palestinos.
O grupo também exortou Israel a desbloquear os acessos à faixa de Gaza, controlada pelo grupo radical islâmico Hamas.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou em Londres, onde o grupo se reuniu, que é verossímil a possibilidade de criação de um Estado palestino antes que o presidente George W. Bush encerre seu segundo mandato na Casa Branca, em 20 de janeiro.
"Sei que há um trabalho árduo a ser feito e também que há certo ceticismo, mas creio que há uma chance de se chegar a um acordo", afirmou.
A atual tentativa de solução foi esboçada em novembro, sob pressão americana, em Annapolis (EUA), mas pressupõe concessões de dois governantes politicamente enfraquecidos, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Palestinos quebrados
O Quarteto também exortou os países árabes a cumprirem os compromissos de ajuda financeira assumidos com os palestinos. As quatro delegações se encontraram ontem em Londres com representantes de Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Tunísia, Kuait e Emirados Árabes Unidos. O "Financial Times" informa que o Kuait fez uma doação de US$ 80 milhões.
Como porta-voz da União Européia, o chefe da diplomacia norueguesa, Jonas Gahr Stoere, disse que as necessidades palestinas cresceriam no segundo semestre.
Segundo estimativas americanas, dos US$ 717 milhões prometidos por países da Liga Árabe, apenas US$ 153 milhões foram até agora entregues. Os EUA e países europeus entregaram US$ 502 milhões dos US$ 839 milhões planejados.
O Quarteto se declarou "profundamente preocupado" com a deterioração das condições em Gaza, economicamente isolada depois que o Hamas, vencedor das eleições legislativas de 2006, expulsou do território em 2007 os rivais do secular Fatah, do premiê Abbas.
Ao pedir que Israel flexibilize o embargo a Gaza -imposto sob o argumento de que o Hamas apóia ações terroristas contra civis israelenses-, o Quarteto reforça a posição do Egito, que há semanas tenta a obtenção de uma trégua entre os israelenses e o grupo radical islâmico.
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, ligado a Abbas e adversário do Hamas, também estava em Londres e lamentou que as negociações com Israel estejam bloqueadas.
Afirmou que seu governo é enfraquecido pelos assentamentos e que as ofensivas militares israelenses na Cisjordânia desmoralizam o governo ao qual ele pertence.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Pentágono lança ofensiva na internet
Próximo Texto: Suspeita de crime eleitoral põe em dificuldade premiê de Israel
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.