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ORIENTE MÉDIO
Grupo radical diz se aceita até fim da semana
Arafat faz convite a Hamas para integrar novo gabinete palestino
DA REDAÇÃO
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina (ANP), Iasser
Arafat, ofereceu postos em seu gabinete para o Hamas e para outros grupos envolvidos nos ataques suicidas contra Israel. A iniciativa faz parte de uma reforma
ministerial na ANP.
Três dos grupos radicais convidados pelo líder palestino já recusaram, dizendo que não integrariam um governo que negocia
com Israel. O Hamas, contudo,
não havia descartado a proposta.
Se o convite for aceito, será a
primeira vez que o Hamas participa do gabinete desde o surgimento da ANP, há oito anos. A eventual entrada do grupo na ANP deve gerar protestos por parte de Israel e dos EUA, que o consideram
uma organização terrorista.
"Ainda estamos fazendo consultas com nossos colegas dentro
e fora da Palestina e daremos uma
resposta antes do final desta semana", disse Ismail Hania, porta-voz da organização. O braço armado do Hamas é responsável
pela maior parte e pelos mais
mortíferos dos mais de 60 atentados suicidas de palestinos contra
alvos israelenses no atual conflito.
O grupo também vem rejeitando
os pedidos de Iasser Arafat para
suspender os ataques.
Sobre uma aliança com o Hamas, Danny Seaman, porta-voz
do governo israelense, ameaçou:
"Se é nessa direção que Arafat vai,
não deve surpreender-se com a
reação de Israel".
Em Israel, uma aliança Hamas-Arafat seria vista como uma aposta na via do conflito. Da perspectiva da ANP, porém, a entrada dos
grupos radicais no governo pode
ser uma forma de controlá-los.
A fim de tentar conter o conflito, vários diplomatas ocidentais
têm passado pelo Oriente Médio.
Arafat recebeu nos últimos dias o
enviado especial dos EUA para a
região, William Burns, e o chefe
da diplomacia da União Européia, Javier Solana. O diretor da
CIA, George Tenet, deve chegar
hoje. Diplomatas tentam organizar uma conferência internacional de paz que aconteceria, em
princípio, no meio de julho.
Continuaram ontem as incursões de tropas israelenses em cidades palestinas. Em Nablus, na
Cisjordânia, soldados detiveram
mais de 60 suspeitos e apreenderam armas e munições. O Exército destruiu duas casas que supostamente guardavam munições no
campo de refugiados de Balata.
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