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Caso mobilizou milhões de pessoas
ESPECIAL PARA A FOLHA
A campanha contra o apedrejamento de Amina Lawal é um
exemplo de cidadania global, ao
mobilizar milhões de pessoas em
diversas partes do mundo.
Embora a lei não tenha mudado
oficialmente, o governo nigeriano
anunciou que se oporia a qualquer sentença de apedrejamento
emitida por tribunais religiosos.
O Brasil chegou a enviar cartas
ao presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, oferecendo asilo a
Lawal. Diversos outros governos
se manifestaram contra essa violação dos direitos humanos.
"O sistema legal está sendo usado para punir mulheres adultas
que praticaram sexo de forma
consensual", diz LaShawn R. Jefferson, diretora-executiva da Divisão de Direitos das Mulheres da
organização de direitos humanos
Human Rights Watch. "A pena de
morte nunca é uma punição
apropriada para um crime e, nesse caso, a própria natureza do crime é questionada."
Segundo Stéphane Mikala, responsável da Anistia Internacional
pelos casos em Gana, Nigéria, Benin, Senegal e Costa do Marfim da
Anistia Internacional, as dificuldades políticas e econômicas por
que passa a Nigéria estimularam
os Estados do norte a aplicar a lei
religiosa. Além disso, acredita-se
que um dos objetivos seja enfraquecer o governo do presidente
Obasanjo, ele mesmo "um ex-prisioneiro de consciência que já foi
adotado pela Anistia no passado",
relata Mikala.
Para ele, um problema que
agrava o caso é que a maioria das
pessoas que emitem as sentenças
baseadas na lei religiosa "não teve
nenhuma formação específica para isso". "O resultado é que a interpretação da lei deixa a desejar."
"O caso Amina Lawal representa uma clara contradição entre as
imposições religiosas e a Constituição de um país", argumenta.
Para participar da campanha
em favor de Lawal e contra a pena
de morte, é possível firmar um
abaixo-assinado presente no site
de grupos de direitos humanos
como a Anistia (www.amnestyusa.org, nos EUA). É possível ainda escrever diretamente para o
presidente ou para o ministro da
Justiça nigeriano, Kanu Godwin
Agabi. Os endereços estão no site
da Anistia.
(PDF)
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