DE NOVA YORK

Negociado de forma hostil até a madrugada de ontem, o documento final da Sessão Especial sobre Aids das Nações Unidas foi considerado "decepcionante" por fazer concessões consideradas retrógradas e por não estabelecer metas concretas de recursos e tratamento.
Menções a "abstinência", "fidelidade" e "comportamento sexual responsável" como prioridades na conduta internacional de prevenção à transmissão do HIV causaram forte reação entre entidades da sociedade civil.
Ao final do encontro, o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim considerou que o documento foi "decepcionante em algumas bandeiras brasileiras". "Nós respeitamos os valores morais individuais", disse Amorim. "Mas não podemos tranferir isso como pilares de políticas públicas".
A delegação brasileira, que liderou o esforço do Grupo do Rio, tentou resistir aos termos, mas acabou isolada entre pressões norte-americana, africana e árabe. Foi possível, no entanto, incluir o uso da camisinha como preventivo. A ministra Nilcéia Freire (Mulheres) avaliou que a defesa dos direitos sexuais não avançou. A ActionAid, ong do setor, disse que o documento da ONU é "enfurecedor". (LEILA SUWWAN)


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