Iranianos seguem afirmando interesse em negociar com potências mundiais

DA REDAÇÃO

O governo iraniano afirmou ontem que não desistirá do desenvolvimento de sua tecnologia nuclear, mas não fez comentários a respeito do acordo entre as seis maiores potências atômicas sobre um pacote de incentivos ao país que será concedido no caso da interrupção do programa iraniano.
Segundo o negociador nuclear do Irã, Ali Larijani, o país "está preparado para negociações justas e sem precondições". Já o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que "os esforços de alguns países ocidentais de nos privar [de produzir energia atômica] não irá render nenhum fruto".
"A razão pela qual eles [os países ocidentais] expressam oposição [ao programa] não está ligada à preocupação a respeito de armas nucleares, mas sim ao acesso do Irã a um caminho que levará todos os países independentes, especialmente os países islâmicos, a uma tecnologia avançada", afirmou Ahmadinejad.
A Casa Branca afirmou que as declarações de Teerã tinham o propósito de marcar posição nas negociações antes de tomar conhecimento do pacote de incentivos que deverá ser oferecido oficialmente nos próximos dias. Na reunião de anteontem, realizada em Viena, os chanceleres do grupo formado por Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China definiram, conforme a resposta do governo iraniano, uma série de benefícios ou punições que ainda não foi detalhada.
Segundo diplomatas, entre as punições poderiam estar sanções aplicadas por meio do Conselho de Segurança da ONU, mas o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que "é ainda um pouco cedo para falar sobre isso". O chanceler do país, Sergei Lavrov, acrescentou que, "no encontro de ontem [anteontem], definitivamente foi excluída a hipótese de ação militar" em caso de negativa do Irã. A Rússia tem fortes laços comerciais com Teerã e, juntamente com a China, opunha-se a sanções do Conselho de Segurança da ONU.
"Eu acho que é certo dizer que os iranianos estão examinando com atenção [a proposta]", afirmou Tony Snow, porta-voz da Casa Branca. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, declarou que Teerã precisa dar uma resposta rápida à oferta.