Reuters

Ivica Vujic (esq.), que desertou do Exército iugoslavo, ao lado de muçulmano que o recebeu na Bósnia

das agências internacionais

O soldado iugoslavo Ivica Vujic, 28, desertou anteontem do Exército de seu país e cruzou o rio Drina -que divide Iugoslávia e Bósnia- a nado.
"Desertando eu não traio meu povo, mas o regime no poder", afirmou Vujic. "Eu não quero lutar por interesses pessoais de Milosevic", disse, referindo-se ao presidente iugoslavo.
Vujic conseguiu abrigo na casa de um bósnio muçulmano.
Segundo o soldado, vários outros reservistas como ele querem desertar, mas temem ser capturados. A punição para deserção na Iugoslávia vai de 15 anos de prisão à pena de morte.
Vujic e sua unidade cavavam trincheiras ao longo da fronteira iugoslavo-bósnia. Segundo ele, os soldados achavam que as tropas de paz da Otan na Bósnia e as tropas da Federação Muçulmano-Croata atacariam em breve.
A Bósnia pós-guerra é dividida entre Federação Muçulmano-Croata e República Sprska (de maioria sérvia). Cada entidade tem seu Exército e há efetivos da Otan para monitorar a paz alcançada com o fim da Guerra da Bósnia (1992-95).
Segundo o jornal "Vijesti", de Montenegro, três reservistas foram condenados a quatro anos e dez meses de prisão, cada um, por não se juntarem a suas unidades. Outros 24 reservistas estão sob investigação por se recusarem a acatar a convocação.
Em 19 de maio, cerca de 2.000 soldados naturais de Krusevac e Aleksandrovac teriam desertado e voltado para suas casas.


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