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ORIENTE MÉDIO
EUA e Israel pressionam por mudanças
Autoridades dizem que Arafat demitiu chefe de segurança
DA REDAÇÃO
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser
Arafat, demitiu o chefe da segurança palestina na Cisjordânia,
disse ontem o ministro de Obras
Públicas palestino, Azzam al Ahmed. A demissão do chefe de polícia da faixa de Gaza também teria
sido anunciada pelo líder palestino, segundo autoridades palestinas que não se identificaram.
O chefe da segurança palestina
na Cisjordânia, Jibril Rajoub, disse não ter sido informado sobre a
decisão de Arafat. Na faixa de Gaza, o chefe de polícia local, Ghazi
Jibali, disse que as informações
eram "rumores".
Rajoub é uma das mais poderosas figuras palestinas na Cisjordânia. Após o presidente dos EUA,
George W. Bush, dizer recentemente que queria uma nova liderança palestina, o nome de Rajoub foi citado por analistas como
um dos possíveis sucessores de
Arafat. Em fevereiro deste ano,
durante discussão, o líder palestino apontou uma arma para Rajoub, que não teria acatado suas
ordens. Mais tarde, os dois teriam
feito as pazes.
Arafat está sob pressão dos EUA
e de Israel para reformar seus serviços de segurança. Os dois países
querem uma nova e unificada força de segurança que combata com
mais eficiência o terrorismo.
Em operação ontem em Hebron (Cisjordânia), os soldados
israelenses prenderam 300 palestinos para interrogatório em busca de terroristas. Eles haviam
aproveitado suspensão do toque
de recolher para realizar os exames finais na universidade.
Após o interrogatório, a maior
parte deles foi liberada. Israel realiza operação militar nas principais cidades da Cisjordânia há duas semanas, desde que atentados mataram 31 israelenses.
Pesquisa
Um estudo psicológico conduzido com 1.300 crianças indicou
que 70% das crianças palestinas
na Cisjordânia e 30% da crianças
israelenses que vivem nos assentamentos judaicos sofrem de desordem do estresse pós-traumático, provocado pela violência que
se arrasta há 21 meses.
As crianças que participaram
do estudo contaram que sofrem
pesadelos, desordens alimentares, ansiedade e um sentimento
de perda. Todos esses são sintomas da desordem, afirma a psicóloga israelense Tamar Lavi, que
iniciou a pesquisa há cerca de um
ano, como parte da tese que redigiu para o Centro Adler da Universidade de Tel Aviv.
Desde setembro de 2000, as
crianças israelenses e palestinas
vêm sendo expostas a atentados
suicidas, ataques com mísseis e tiroteios constantes.
Lavi constatou que, na Cisjordânia, as crianças palestinas foram expostas à média de dez incidentes violentos cada uma entre
setembro de 2000 e julho de 2001.
Nesse mesmo período, as crianças israelenses que vivem no bloco Gush Katif de assentamentos
judaicos, na faixa de Gaza, foram
expostas à média de 11 casos de
derramamento de sangue.
O psicólogo Hassan Ziadah, do
Programa de Saúde Mental, de
Gaza, disse que as descobertas de
Lavi são semelhantes às de um estudo realizado por seu centro, segundo o qual 90% das crianças
palestinas que testemunharam a
primeira Intifada, entre 1987 e
1993, manifestaram sintomas de
estresse pós-traumático.
Ziadah disse que os profissionais de saúde mental de Gaza discutem se o aumento no número
de palestinos que se dispõem a
realizar atentados suicidas está relacionado a esse estresse sentido
pelas crianças na época.
Com agências internacionais
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