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Médicos são suspeitos de terror britânico
Entre os oito detidos até agora há pelo menos três médicos, incluindo dois árabes que trabalhavam em hospitais do Reino Unido
Um deles, iraquiano, tinha emprego em hospital perto de Glasgow e estava no carro em chamas lançado contra aeroporto da cidade
DA REDAÇÃO
As investigações sobre a
ameaça que levou as autoridades do Reino Unido a subir para
o nível máximo o alerta terrorista no país levaram à prisão
de oito pessoas até a noite de
ontem, incluindo pelo menos
três médicos, dos quais pelo
menos dois originários de países árabes.
Um dos médicos, Bilal Abdulla, é iraquiano e estava no carro em chamas que invadiu um
terminal do aeroporto de Glasgow (Escócia), no último sábado. A polícia acredita que o
atentado em Glasgow tenha ligação com os dois carros-bomba desativados na sexta-feira,
após terem sido encontrados
em uma área movimentada da
vida noturna de Londres.
Além dos dois ocupantes do
jipe que atingiu o aeroporto escocês no sábado, outros cinco
suspeitos foram presos no fim
de semana e um oitavo ontem à
noite, na Austrália.
No sábado, em uma estrada
do condado de Cheshire, no noroeste da Inglaterra, foi preso o
médico jordaniano de origem
palestina Mohammed Asha, 26,
e uma mulher de 27 anos. Ele
trabalhava em dois hospitais de
Telford, na região.
No domingo foram presos
dois homens de 25 e 28 anos,
que a polícia não identificou,
dentro do complexo hospitalar
Royal Alexandra. Situado em
Paisley, perto de Glasgow, é o
mesmo hospital em que trabalhava o médico iraquiano Bilal
Abdulla, que estava no jipe que
atingiu o aeroporto.
A sétima pessoa detida, um
homem de 26 anos, foi localizada em Liverpool no domingo. A
polícia não o identificou. O site
"Muslim News", da comunidade islâmica do Reino Unido, citou colegas do suspeito dizendo
que ele é um médico originário
de Bangalore, na Índia.
Ontem foi anunciada a detenção de um oitavo suspeito,
de 27 anos, em Brisbane, na
costa leste da Austrália. Também médico, ele trabalhava
num hospital local e foi preso
no aeroporto da cidade quando
se preparava para deixar o país.
Sua nacionalidade não foi divulgada.
Em sua edição de hoje, o jornal britânico "The Guardian"
diz que seis dos oito suspeitos
detidos são médicos -cinco
empregados no Reino Unido e
o que trabalhava na Austrália.
O "Guardian" diz também que
sete dos presos são estrangeiros e o oitavo é britânico naturalizado. As informações não
haviam sido oficialmente confirmadas até o fechamento desta edição.
Médicos imigrantes
As prisões estão levando as
autoridades britânicas a mudar
novamente suas premissas na
luta contra o terror. Dois anos
atrás, a percepção sobre a
ameaça terrorista em solo britânico mudou com os atentados suicidas que mataram 52
pessoas em Londres. Eles sugeriam que a maior ameaça não
vinha do exterior, mas de grupos internos.
Agora, há indícios de que alguns dos envolvidos na trama
atual são pessoas recentemente chegadas de países do Oriente Médio -e que alguns são
profissionais da área de saúde.
Isso parece sugerir que os potenciais terroristas conseguiram entrar no país aproveitando um sistema que busca encorajar médicos estrangeiros
qualificados a trabalhar no Reino Unido a fim de aliviar a escassez de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (NHS).
Se comprovado, o uso de especialistas médicos estrangeiros para missões terroristas talvez venha a resultar em uma revisão dos procedimentos de
imigração de profissionais da
saúde para o Reino Unido.
No domingo, o recém-empossado premiê britânico, Gordon Brown, disse que "está claro" que pessoas "associadas" à
rede terrorista Al Qaeda estão
por trás da ameaça. Temendo
novos ataques, a polícia aumentou a segurança em torno
dos aeroportos e o governo
manteve o alerta terrorista no
nível "crítico", o mais alto.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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