São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Escavadeira pilotada por palestino atropela e mata três em Jerusalém

Há dúvidas se foi atentado terrorista; operador do trator tinha RG israelense

DA REDAÇÃO

O operador de uma escavadeira entrou na contramão numa das principais ruas do centro de Jerusalém, abalroando automóveis e ônibus, atropelando pedestres, matando três pessoas e deixando 45 feridos. O operador, um palestino de nacionalidade israelense, apenas foi contido pelos tiros que o mataram, dados por um soldado e por um policial.
Hossan Dawiath, 31, era casado e pai de dois filhos. A polícia disse que ele tinha "antecedentes criminais", não especificados, mas não era fichado por vínculo com grupos terroristas. Trabalhava numa construtora encarregada dos alicerces de uma nova estação ferroviária.
O porta-voz do governo israelense, Mark Regev, disse à BBC que as informações iniciais indicavam que ele havia agido sozinho.
Mas Micky Rosenfeld, porta-voz da polícia, disse não ter "dúvidas de que foi um atentado terrorista". Informou que os familiares de Dawiath estavam sendo interrogados num bairro próximo a Jerusalém Oriental.
Os habitantes muçulmanos da região, anexada por Israel após a Guerra dos Seis Dias (1967), têm carteira de identidade de cor azul, idêntica à que é entregue aos judeus.

Hipótese de atentado
A tese de um novo atentado foi defendida pela mídia israelense, mesmo pelo moderado "Haaretz". Mas fora de Israel eram bem mais cautelosas as edições online do "New York Times", do "Times", de Londres, do "Le Monde" e da própria BBC, deixando em aberto a possibilidade de um ato ensandecido de um desequilibrado.
Um assessor de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, disse que o episódio foi uma tentativa de prejudicar suas negociações de paz com Israel.
Três grupos radicais palestinos reivindicaram simultaneamente o "atentado", entre eles as Brigadas dos Mártires de al Aqsa. O Hamas, grupo que controla a faixa de Gaza, disse não ter nada a ver com o ocorrido.
O ministro da Defesa, Ehud Barak -alinhado aos "falcões" na disputa pela sucessão do premiê Ehud Olmert-, disse que Israel deveria "responder de imediato aos terroristas".
O Knesset, Parlamento unicameral, votou em primeira leitura dois projetos redigidos ontem mesmo, que permitem ao governo cassar a nacionalidade israelense de palestinos envolvidos em terrorismo e suspender os benefícios previdenciários de seus familiares.


Com agências internacionais


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