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AMEAÇA NO CHÃO
Nobel da Paz diz que minas deixadas por forças sérvias precisam ser desarmadas antes do inverno europeu
Desarme de minas é desafio em Kosovo
das agências internacionais
As minas que foram colocadas
em Kosovo têm de ser desarmadas
antes da chegada do inverno, que
no Hemisfério Norte começa em
dezembro, para que os refugiados
possam voltar a salvo para casa.
O alerta foi dado pela ativista antiminas e fundadora da Campanha
Internacional pelo Banimento de
Minas Jody Williams, que ganhou
conjuntamente o Prêmio Nobel da
Paz em 1997 por sua militância.
Jody estava ontem em Viena, Áustria, depois de uma visita de dois
dias a Kosovo.
Para ela, será impossível limpar
os campos minados uma vez que a
neve cubra a Província.
"Até agora, ninguém sabe ao certo quão grande é o problema", afirma. "Há cerca de 425 campos minados, a maioria na fronteira com
Macedônia e Albânia."
A ONU afirma que há cerca de
800 campos minados em Kosovo.
Autoridades militares ocidentais
dizem não poder estimar ainda
quantas minas as forças iugoslavas
deixaram pela Província enquanto
se retiravam. Minas e armadilhas
foram colocadas aleatoriamente
durante a retirada, muitas por iniciativa pessoal dos soldados.
Apesar disso, os militares que fazem o trabalho de limpeza dos
campos afirmam que os mapas
fornecidos pelos iugoslavos identificando as áreas minadas têm sido
"bastante úteis".
Kosovo também está cheia de
minas colocadas pelo ELK (Exército de Libertação de Kosovo, guerrilha separatista) e bombas da
Otan não detonadas.
"Uma bomba de fragmentação
não detonada é tão ruim quanto
um campo minado", disse Jody.
A Kfor (força internacional de
paz de Kosovo) relatou dezenas de
casos de refugiados mortos e feridos por pisar em minas enquanto
voltavam para casa.
Um porta-voz das forças alemãs
da Kfor disse que foram contabilizados 119 corpos em uma vala comum de Celina, perto de Prizren,
sudoeste de Kosovo.
Os alemães supõem que os corpos são de vítimas de atrocidades
cometidas por forças sérvias contra a população de origem albanesa da Província.
A cidade se encontra também a
cerca de 3 km de Velika Krusa, onde legistas britânicos exumaram
mais de 150 corpos. Ainda está sendo investigada a causa da morte
dos indivíduos enterrados.
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