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MISSÃO NO CARIBE
Argentinos impedem ação em Gonaïves
Pela 1ª vez, missão da ONU age contra invasão de ex-militares
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
A Missão de Estabilização da
ONU no Haiti, que está sob o comando do Brasil, agiu ontem pela
primeira vez para evitar que ex-militares ocupassem mais um
prédio público no interior do Haiti. Desde o fim de semana, essa
facção, considerada uma das
principais responsáveis pelos violentos protestos que provocaram
a saída do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro,
promoveu invasões e protestos
em pelo menos cinco cidades.
O episódio ocorreu em Gonaïves (noroeste do país) e envolveu
as tropas argentinas no país. Segundo o setor de comunicação da
ONU no Haiti, um grupo de ex-militares, que costumam andar
uniformizados e armados e têm o
apoio de parte da população, tentou invadir uma universidade cuja segurança vem sendo feita por
soldados argentinos.
Sempre de acordo com a ONU,
após os argentinos se recusarem a
abandonar o prédio, os ex-militares desistiram de ocupá-lo.
Um funcionário da ONU no
Haiti, que não quis se identificar,
disse que o objetivo do movimento dos ex-militares é desestabilizar o governo interino haitiano e a
missão de paz. Ele acusa o líder
dos ex-militares, Ravix Remissain, de ser o testa-de-ferro de um
"mercenário", cujo nome se recusou a fornecer.
Desde domingo, os ex-militares
ocupam prédios públicos em pelo
menos quatro cidades, sem interferência da missão da ONU. Eles
dizem reivindicar a restauração
do Exército, extinto por Aristide
em 1994, e o pagamento de pensões. O governo nomeou uma comissão para negociar.
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