São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2004

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MISSÃO NO CARIBE

Argentinos impedem ação em Gonaïves

Pela 1ª vez, missão da ONU age contra invasão de ex-militares

FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO

A Missão de Estabilização da ONU no Haiti, que está sob o comando do Brasil, agiu ontem pela primeira vez para evitar que ex-militares ocupassem mais um prédio público no interior do Haiti. Desde o fim de semana, essa facção, considerada uma das principais responsáveis pelos violentos protestos que provocaram a saída do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro, promoveu invasões e protestos em pelo menos cinco cidades.
O episódio ocorreu em Gonaïves (noroeste do país) e envolveu as tropas argentinas no país. Segundo o setor de comunicação da ONU no Haiti, um grupo de ex-militares, que costumam andar uniformizados e armados e têm o apoio de parte da população, tentou invadir uma universidade cuja segurança vem sendo feita por soldados argentinos.
Sempre de acordo com a ONU, após os argentinos se recusarem a abandonar o prédio, os ex-militares desistiram de ocupá-lo.
Um funcionário da ONU no Haiti, que não quis se identificar, disse que o objetivo do movimento dos ex-militares é desestabilizar o governo interino haitiano e a missão de paz. Ele acusa o líder dos ex-militares, Ravix Remissain, de ser o testa-de-ferro de um "mercenário", cujo nome se recusou a fornecer.
Desde domingo, os ex-militares ocupam prédios públicos em pelo menos quatro cidades, sem interferência da missão da ONU. Eles dizem reivindicar a restauração do Exército, extinto por Aristide em 1994, e o pagamento de pensões. O governo nomeou uma comissão para negociar.


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