São Paulo, quarta, 3 de setembro de 1997.



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Complô é hipótese de versões fantasiosas

JOÃO BATISTA NATALI
da Reportagem Local*

Demorou um pouco, mas era quase inevitável que começassem a circular hipóteses de complô para explicar a morte da princesa e de seu namorado Dodi al Fayed.
A fantasia mais politizada partiu do coronel Muamar Gadafi, governante líbio. Discursando segunda-feira em uma recepção, ele acusou o governo britânico e o serviço secreto francês de terem perpetrado um "crime racista". Sua declaração foi qualificada de "ultrajante" pelo Foreing Office, o centro da diplomacia britânica.
Na versão de Gadafi, o establishment oficial jamais admitiria que uma princesa da casa dos Windsor se casasse com um árabe muçulmano do Oriente Médio. A Líbia está hoje isolada por um embargo comercial e diplomático. Declarações como essa não têm efeito prático em suas relações externas.
Há também fantasias exotéricas. Na Internet, rede mundial de computadores que não discrimina a origem ou a seriedade das informações, um site levanta a hipótese de "complô maçônico".
O suposto complô seria a confirmação de antigas "profecias célticas", que incluem, no mesmo pacote ficcional, um triste fim para a monarquia. De concreto, a hipótese toma como gancho o fato de o carro ter-se chocado contra o pilar "número 33" do túnel.
De modo mais prosaico, outro site pergunta "a quem interessa o crime". E fornece, num grupo de discussão, uma longa lista de possíveis mandantes. Pela ordem, aparecem o príncipe de Gales, que, com a morte da ex-mulher, poderia se casar com sua amante Camilla Parker-Bowles, a rainha Elizabeth, contrariada pelo inconformismo da ex-nora, ou, o que tornaria bem mais fácil a compreensão do episódio, toda a família.
Alguns jornais árabes enveredam por outras denúncias. Um articulista do "Al Ahram", do Cairo, afirma que houve um homicídio semelhante ao perpetrado "pela CIA (serviço de inteligência dos EUA) contra a atriz Marilyn Monroe". Se um dia Diana e Dodi tivessem um filho, diz o jornal, o príncipe William teria um meio irmão que poderia se chamar Homamed.


* Com agências internacionais



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