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Complô é hipótese de
versões fantasiosas
JOÃO BATISTA NATALI
da Reportagem Local*
Demorou um pouco, mas era
quase inevitável que começassem
a circular hipóteses de complô para explicar a morte da princesa e de
seu namorado Dodi al Fayed.
A fantasia mais politizada partiu
do coronel Muamar Gadafi, governante líbio. Discursando segunda-feira em uma recepção, ele
acusou o governo britânico e o serviço secreto francês de terem perpetrado um "crime racista". Sua
declaração foi qualificada de "ultrajante" pelo Foreing Office, o
centro da diplomacia britânica.
Na versão de Gadafi, o establishment oficial jamais admitiria que
uma princesa da casa dos Windsor
se casasse com um árabe muçulmano do Oriente Médio. A Líbia
está hoje isolada por um embargo
comercial e diplomático. Declarações como essa não têm efeito prático em suas relações externas.
Há também fantasias exotéricas.
Na Internet, rede mundial de computadores que não discrimina a
origem ou a seriedade das informações, um site levanta a hipótese
de "complô maçônico".
O suposto complô seria a confirmação de antigas "profecias célticas", que incluem, no mesmo pacote ficcional, um triste fim para a
monarquia. De concreto, a hipótese toma como gancho o fato de o
carro ter-se chocado contra o pilar
"número 33" do túnel.
De modo mais prosaico, outro
site pergunta "a quem interessa o
crime". E fornece, num grupo de
discussão, uma longa lista de possíveis mandantes. Pela ordem,
aparecem o príncipe de Gales, que,
com a morte da ex-mulher, poderia se casar com sua amante Camilla Parker-Bowles, a rainha Elizabeth, contrariada pelo inconformismo da ex-nora, ou, o que tornaria bem mais fácil a compreensão do episódio, toda a família.
Alguns jornais árabes enveredam por outras denúncias. Um articulista do "Al Ahram", do Cairo,
afirma que houve um homicídio
semelhante ao perpetrado "pela
CIA (serviço de inteligência dos
EUA) contra a atriz Marilyn Monroe". Se um dia Diana e Dodi tivessem um filho, diz o jornal, o príncipe William teria um meio irmão
que poderia se chamar Homamed.
* Com agências internacionais
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