São Paulo, quarta, 3 de setembro de 1997.



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ORIENTE MÉDIO
País realizaria exercícios com Turquia e Israel; decisão provoca críticas da Síria e Egito
Manobra militar dos EUA irrita árabes

das agências internacionais

Turquia, Israel e os EUA realizarão manobras navais conjuntas no Mediterrâneo em novembro, disse um porta-voz da embaixada israelense em Ancara. O anúncio despertou críticas da Síria e do Egito.
"As manobras irão acontecer em alguma data entre 15 e 25 de novembro", afirmou o porta-voz. Segundo ele, três navios realizarão manobras de perseguição e resgate em águas internacionais.
O governo Sírio reagiu ao anúncio se dizendo "atônito" com o papel a ser desempenhado pelos EUA nos exercícios. "A divulgação dos exercícios militares conjuntos no momento em que a secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, se prepara para visitar o Oriente Médio a fim de reavivar o processo de paz não é compreensível", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Síria.
O Egito fez críticas semelhantes. Segundo o ministro das Relações Exteriores do país, Amr Moussa, a Turquia e Israel estavam enviando uma mensagem negativa para a região. "As manobras são uma mensagem negativa. São um passo negativo", afirmou.
Os crescentes laços militares entre Israel e Turquia, país de maioria muçulmana, mas com uma influente classe militar que defende um Estado laico e pró-Ocidente, tem desagradado ao mundo árabe, especialmente à Síria. Os dois países fronteiriços mantêm diferenças em diversos assuntos.
Israel se defendeu afirmando que a cooperação militar é uma manobra entre dois Estados que sustentam relações amigáveis. "Os exercícios conjuntos são como qualquer cooperação entre dois países próximos e não são contra qualquer terceiro Estado", afirmou o porta-voz israelense em Ancara, a capital da Turquia. Ele não se referiu à participação dos EUA nas manobras.
O governo norte-americano é o principal patrocinador do processo de paz para o Oriente Médio, processo que se encontra em crise. As negociações entre palestinos e israelenses estão paralisadas desde o início deste ano. As conversações com a Síria suspenderam-se no ano passado.
Albright, que parte em direção à região no próximo dia 9, vai visitar Israel, Síria, Jordânia, Arábia Saudita, Egito e os territórios palestinos em uma tentativa de reavivar o processo de paz.
A visita da secretária de Estado (cargo equivalente a chanceler) é esperada com um clima de pessimismo. Além das críticas de países árabes, Israel e os palestinos reafirmaram ontem as exigências que vêm fazendo há meses para reiniciar o processo de paz.
Segundo Netanyahu, "Albright deixou claro: ela espera que a Autoridade Nacional Palestina cumpra suas promessas e combata o terrorismo".
Já para os palestinos, os EUA devem exigir que Israel suspenda a construção de assentamentos em territórios ocupados.



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