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OPERAÇÃO MILITAR
Manobras, com o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, são as maiores desde a Guerra das Malvinas
Argentina faz maior exercício desde 1982
FERNANDO GODINHO
enviado especial a Comodoro Rivadavia
As Forças Armadas da Argentina
realizaram ontem a maior movimentação de tropas e equipamentos militares no país desde a Guerra das Malvinas, ocorrida em 1982.
O ministro da Defesa, Jorge Domínguez, acompanhou os exercícios e anunciou ter solicitado um
aumento de 15% no Orçamento
militar da Argentina para os próximos cinco anos, a partir de 1999.
"Não temos uma política expansionista, mas queremos potencializar nossa capacidade de defesa",
afirmou o ministro.
O custo da operação de ontem
não foi revelado. O atual Orçamento das Forças Armadas do país
está estimado em US$ 3,49 bilhões.
Domínguez afirmou ainda que o
governo está gastando US$ 200
milhões por ano para reequipar as
Forças Armadas. Em 1998, US$ 100
milhões em imóveis serão vendidos para reforçar esses gastos.
"Nossa proposta orçamentária
demonstra que a defesa é uma
questão de Estado na Argentina.
Independe do atual governo", ressaltou o ministro.
Simulação
Pela primeira vez, tropas da Marinha, Exército e Aeronáutica participaram conjuntamente de um
exercício militar.
Cerca de 3.000 soldados e oficiais
simularam uma batalha em Bahia
Solano, a 20 km de Comodoro Rivadavia (Província de Chubut),
em pleno deserto patagônico.
Uma centena de veículos (entre
aviões, tanques, blindados, corvetas e helicópteros) foi utilizada na
simulação, que reproduziu uma
operação militar autorizada pela
ONU para neutralizar conflitos armados em uma zona limítrofe de
dois países imaginários.
O objetivo era eliminar o Movimento Fundamentalista Independente, uma organização militar
que vinha impedindo a conclusão
de um acordo de paz entre os países Petrolaique e Ovejuna.
A batalha durou duas horas. Os
bombardeios, as explosões e o ataque das tropas argentinas foram
feitos ao som da "Cavalgada das
Valquírias" (de Richard Wagner),
usada pelo cineasta Francis Ford
Coppola no filme "Apocalipse
Now".
A Marinha participou com uma
corveta e com um destróier, que
lançaram mísseis contra alvos terrestres. Os três aviões apresentados pela Aeronáutica têm capacidade para transportar 123 foguetes
-uma dezena deles foi lançada.
O Exército trouxe duas dezenas
de helicópteros -de transporte de
cargas, de tropas e de ataque-,
outro tanto de tanques e blindados
e um canhão de oito toneladas,
com capacidade para atingir alvos
a 20 km de distância.
O ministro Jorge Domínguez
disse que os equipamentos utilizados são "modernos" e que ficou
"satisfeito" com os exercícios.
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