das agências internacionais

As ações de guerrilheiros contra as eleições municipais marcadas para 26 de outubro deixaram 87 cidades sem candidatos. Em outras 15, as eleições foram suspensas, informou o governo colombiano.
O Registro do Estado Civil, órgão encarregado de organizar as eleições, afirmou que, com os números atuais de renúncias, 2 milhões de colombianos (dos mais de 30 milhões de habitantes do país) não têm candidatos a prefeito ou vereador em quem votar.
Nos 15 municípios em que as eleições foram canceladas, os candidatos renunciaram antes de 14 de agosto. Depois dessa data, a suspensão das eleições é ilegal, o que impede que a medida seja adotada nas demais 87 cidades em que não há candidatos. O número de municípios afetados, 102, corresponde a cerca de 10% do total da Colômbia (1.091).
1.300 candidatos
Até agora, renunciaram cerca de 1.300 candidatos a cargos políticos. As renúncias começaram em junho, dois meses depois de as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) terem anunciado que iriam sabotar as eleições.
As Farc e o ELN são as duas principais guerrilhas da Colômbia.
Depois do anúncio, foram assassinados 33 candidatos a prefeito e vereador e sequestrados mais de 200. Outras centenas de candidatos foram avisados pelas guerrilhas de que eram "alvos militares" se persistissem com suas campanhas eleitorais.
Grandes cidades
A ação dos rebeldes se concentrava em municípios pequenos ou distantes das maiores cidades do país. Na semana passada, porém, o ELN ameaçou o ex-ministro Rudolf Hommes, um dos candidatos à Prefeitura de Bogotá, a capital colombiana.
Anteontem, foram divulgadas ameaças das Farc contra candidatos à Prefeitura de Cali, a terceira maior cidade do país.
O Departamento mais afetado pelas ações das guerrilhas é o de Antioquia (noroeste), onde 41 candidatos a prefeito e 296 a vereador renunciaram. Nesse Departamento (Estado), 11 cidades não têm candidatos.
Nos Departamentos de Cauca (oeste) e Caquetá (sul), são dez municípios sem candidatos. Em Bolívar (noroeste), oito.
Em Antioquia, a ofensiva das guerrilhas contra as eleições começou em junho, inicialmente como uma reação ao apoio do governador do Departamento, Alvaro Uribe, aos grupos paramilitares de direita chamados Convivir. Os paramilitares antiguerrilha se enfrentam com frequência com os rebeldes de esquerda pelo controle de territórios.



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