São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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Geórgia recua e solta militares, mas Rússia agrava crise

Libertação de quatro supostos espiões russos não evita que Moscou tente novas medidas contra ex-República soviética

Decisão de soltar militares é gesto amistoso para evitar corte de linhas energéticas; Geórgia acusa russos de estimularem o separatismo

DA REDAÇÃO

A Geórgia libertou ontem quatro militares russos que haviam sido presos na semana passada, sob a acusação de espionagem, mas a situação continua tensa entre os dois países da extinta União Soviética.
Em Moscou, com o estímulo do Kremlin, o Parlamento estudava ontem uma legislação que proibiria a transferência de dinheiro para países vizinhos.
Há cerca de 1 milhão de georgianos emigrados na Rússia. Eles remeteram a familiares, no primeiro semestre deste ano, o equivalente a US$ 219 milhões, o que representa quase 15% do PIB (soma das riquezas produzidas) daquele país.
Antes que tal medida possa ser aplicada, os russos decidiram interromper parcialmente o transporte de mercadorias entre os dois países e adotaram restrições ao tráfego postal.
De início, a Geórgia pretendia manter os militares presos, para investigações. Mas o episódio gerou rápida e virulenta reação de Moscou, onde o presidente russo, Vladimir Putin, acusou a República vizinha de praticar "terrorismo de Estado com a tomada de reféns".
A emissora britânica BBC acredita que a libertação dos militares representou uma tentativa georgiana de evitar que os russos utilizem seu maior instrumento de pressão: o corte no fornecimento de gás e eletricidade, o que provocaria o colapso do país vizinho.
A Geórgia acusa a Rússia de estimular os movimentos separatistas na Abkházia e na Ossétia do Sul, que comprometem sua integridade territorial.
A tensão bilateral já havia provocado a interrupção das importações russas de vinho, água mineral e laranjas.


Com agências internacionais


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