São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002

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TRAGÉDIA

Novos abalos impedem retorno de moradores a San Giuliano di Puglia, onde 26 crianças morreram em escola na quinta

Tremores continuam a atingir sul da Itália

DA REDAÇÃO

A terra continuou ontem a tremer na região da cidade de San Giuliano di Puglia, no sul da Itália, onde um terremoto provocou a morte de 29 pessoas, entre elas 26 crianças, após a queda de uma escola primária.
Cerca de 850 dos 1.200 habitantes do pequeno vilarejo ao sul do país passaram a fria madrugada de ontem em um acampamento a dois quilômetros de suas casas, por temor a novos tremores e por causa da advertência das autoridades locais, que alertam para a possibilidade de novos desabamentos por causa dos tremores secundários.
Novos abalos, com 3,7 e 3,8 graus na escala Richter, foram registrados durante a madrugada. O primeiro terremoto, na quinta-feira, havia atingido 5,4 graus.
Segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, 144 tremores secundários foram registrados na região entre quinta-feira e a manhã de ontem.
O chefe da polícia local, Giuseppe Carrarelli, anunciou a abertura de uma investigação criminal sobre as razões do colapso da escola, onde as crianças participavam de uma festa de Halloween, mas não deu detalhes sobre o caso.
Os moradores alojados no acampamento lamentavam a devastação provocada pelo terremoto em suas vidas -as mortes das crianças e o abandono forçado de suas residências. Dois terços das casas da cidade sofreram danos por causa do terremoto.
"Essa era uma cidade na qual tudo era bom: havia trabalho, havia muitas crianças. Todo mundo tinha tudo. Agora ninguém tem mais nada", afirmou Rosanna Pilla, 35, ontem pela manhã.
"A cidade toda está no acampamento", disse um homem com cerca de 50 anos identificado apenas como Raffaele. "Estava muito frio, e todas as roupas que tínhamos não eram suficientes para nos aquecer", afirmou.
Segundo a polícia local, os moradores não poderão voltar a suas casas pelo menos até amanhã.
"Tudo o que eu quero é voltar para casa e tomar algumas roupas quentes", disse Orazio Bollella, 65. "E eu também tenho meus cachorros e minhas galinhas para alimentar."
Fotos aéreas da cidade medieval mostraram que muitos prédios na área central, muitos deles com centenas de anos, foram danificados. Mas apenas a escola foi abaixo. Especialistas dizem que as paredes da escola não eram fortes o suficiente para aguentar o peso do concreto no telhado e nas classes construídas posteriormente no segundo andar.


Com agências internacionais

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