São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002

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Americanos aprovam o uso medicinal da droga

DE NOVA YORK

O governador de Nova York, George Pataki, e seus homens de marketing devem ter suado frio ao olhar os resultados da mais recente pesquisa de opinião feita com a população norte-americana sobre a legalização da maconha, medicinal ou não: 34% dos ouvidos são a favor (contra apenas 18% em 1986).
O resultado é de estudo encomendado pela emissora de TV CNN e pelo jornal "The New York Times" e divulgado no meio da semana passada.
Os números são eloquentes: 72% dos ouvidos acreditam que pessoas detidas com maconha não deveriam cumprir nenhum tipo de pena.
Quase 60% dos entrevistados acham que a posse de maconha deve continuar sendo considerada um crime federal, mas, dos que acreditam que algum tipo de pena deveria ser cumprida pelos detidos, apenas 19% defendem o regime de prisão.
Quando a pergunta é específica sobre maconha para fins medicinais, os sinais de uma guinada liberal são ainda mais evidentes. Dos ouvidos, uma maioria de 80% defende sua legalização. O estudo foi feito em todos os 50 Estados norte-americanos.
Aí também há diferenças evidentes. Dos entrevistados que residem num dos 19 Estados que liberaram o uso medicinal ou reduziram as penas para porte da droga, 47% dizem ter fumado maconha pelo menos uma vez na vida.

Plebiscitos
Dos Estados que elegem governadores, senadores federais e senadores estaduais nesta terça-feira, pelo menos quatro colocaram nas cédulas plebiscitos relacionados à liberalização da maconha. São eles Arizona, Dakota do Sul, Nevada e Ohio, além do Distrito de Columbia, que abriga a capital federal, Washington.
Destes, o que os defensores da causa acreditam que tenha mais chance de vitória é mesmo Nevada, mais conhecido por ser o Estado que abriga Las Vegas, cidade dos cassinos.
"Mesmo se a aprovação passar em plebiscito, nós vamos derrubá-la no plenário", ameaça Sandy Heverly, da ONG Nevadianos contra a Maconha.
"Aprovada ou não, o importante é que a questão colocada em plebiscito vai levar os políticos dos Estados a pelo menos discutirem o que querem afinal seus eleitores", disse o lobbista Grover Norquist, de Las Vegas.
Na Califórnia, a Corte Federal de Apelações determinou, na quinta-feira passada, que os médicos que receitarem maconha não podem ser presos. (SD)


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