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China critica política
externa americana
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
Os principais meios de comunicação da China, todos controlados pelo Estado ou pelo Partido
Comunista, veicularam ontem artigos com críticas à política externa dos EUA, classificada de unilateral, ambígua, arrogante e expansionista.
"A embalagem é a culpada pela
má imagem dos EUA?" era o título de editorial do "Diário do Povo", jornal oficial do Partido Comunista. Sem fazer referência às
eleições de ontem, o texto sustentava que qualquer trabalho de relações públicas por parte dos EUA
será inútil para melhorar a imagem do país se não houver mudanças em sua política externa.
"Se os EUA querem recuperar o
respeito da população mundial,
eles devem realizam uma profunda autocrítica, abandonar a ultrapassada diplomacia caracterizada
pelo poder político e a hegemonia. O único caminho é implementar uma política externa mais
democrática, em acordo com a
tendência mundial", diz o texto.
A agência de notícias oficial Xinhua e o jornal "China Daily",
vinculado ao Conselho de Estado,
divulgaram artigo no qual o ex-chanceler Qian Qichen critica a
"Doutrina Bush" de ataques preventivos. "A Guerra do Iraque
tornou os EUA ainda mais impopulares na comunidade internacional do que a Guerra do Vietnã", diz o texto.
A China, que é um dos membros permanentes do Conselho
de Segurança da ONU se opôs à
invasão do Iraque.
As páginas dedicadas a temas
internacionais dos jornais em chinês deram destaque à apresentação das eleições norte-americanas, mas poucos tinham referência ao assunto em sua capa.
Nas edições em inglês na internet, as eleições também não eram
o principal assunto, mas isso se
explica pelo fuso horário -quando as eleições começaram nos
EUA, já era noite na China.
Milhares de norte-americanos
residentes no país votaram nas últimas semanas na Embaixada dos
Estados Unidos em Pequim ou
nos quatro consulados sediados
em outras cidades.
Estimativas oficiais indicam que
há cerca de 100 mil cidadãos norte-americanos vivendo na China.
Os que estão fora dos Estados
Unidos podem votar com antecedência, nas representações diplomáticas ou por correio.
O número total de votantes na
China só será conhecido dentro
de aproximadamente uma semana. Mas será impossível saber
quem ganhou no país. As cédulas
vão para o Estado de origem dos
eleitores e são misturados com os
demais votos.
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