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Associação entre republicanos e lobistas ajudou a minar a imagem do Congresso
DO "MONDE"
Mais de 20 mil profissionais
de lobby estão oficialmente registrados no Congresso dos
EUA. Seu objetivo? Conseguir a
aprovação de leis que favoreçam seus clientes: empresas,
organizações setoriais ou outros países. Os meios de que
dispõem? Tráfico de influência,
ativo e passivo. Na campanha
para as eleições de 7 de novembro, o assunto vem ganhando
cada vez mais destaque.
Os alvos dos lobistas trabalham no governo e no Congresso. Por exemplo, quando o projeto de lei de saúde pública entrou em debate na Câmara dos
Deputados, em 2003, havia 952
lobistas registrados para defender a indústria farmacêutica,
contra 435 deputados.
Segundo as normas federais,
o lobby representa uma comunicação "efetuada por um interessado a um funcionário eletivo ou civil, da Presidência ou
das 200 agências federais, com
o objetivo de defender formulação ou modificação de uma lei".
A legislação determina que esses profissionais se registrem e
submetam suas contas a escrutínio público. Em 2005, havia
21,5 mil lobistas inscritos na
Câmara dos Deputados.
Dois dos 20 maiores escritórios de lobby norte-americanos
têm suas sedes na rua K, em
Washington, que está sofrendo
com a publicidade negativa gerada por um escândalo que vem
afetando desde 2005 a maioria
republicana do Congresso.
O caso nasceu de um projeto
que reunia alguns dos jovens líderes do partido, especialmente texanos, a partir de 1994. O
assistente do presidente da Câmara, Newt Gingrich, era o deputado Tom DeLay (hoje caído
em desgraça), dirigente da Coalizão Cristã. O Projeto Rua K,
nome empregado por DeLay,
consistia em pressionar os escritórios de lobby por doações
às campanhas republicanas.
Reforma
O escândalo de Jack Abramoff, lobista republicano preso
em 2005 sob a acusação de corrupção, gerou uma tentativa de
reforma. O senador republicano John McCain apresentou
um projeto que limitava os presentes e viagens oferecidos pelos lobistas e estendia o período
durante o qual ex-funcionários
do governo e ex-assessores parlamentares estão proibidos de
atuar como lobistas.
Em março, foi adotada uma
versão bastante amena da proposta. Os lobistas não podem
mais oferecer presentes aos
parlamentares, mas as firmas
que eles representam podem
adquiri-los. As viagens com
despesas pagas não foram proibidas, desde que as despesas sejam pré-aprovadas.
A reforma não melhorou a
imagem do Congresso. A confiança do público nos parlamentares é mais baixa hoje do
que na época de Watergate
(1972-1974). Os candidatos
acusam uns aos outros de serem "prisioneiros de interesses
particulares". A publicidade
negativa foi tão intensa que o
presidente da associação setorial dos lobbies, Paul Miller, decidiu protestar em carta a ambos os partidos: "Se vocês estão
tão convencidos de que somos
o principal problema em nosso
sistema, devolvam-nos o dinheiro." Até agora, ninguém seguiu sua recomendação.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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