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GEÓRGIA
Rússia ameaça aumentar preço do gás em mais de 100%
DA REDAÇÃO
Em mais um lance da ofensiva russa contra a Geórgia, a
estatal de gás natural Gazprom anunciou ontem que
pretende aumentar em mais
de 100% o preço do produto
para a ex-república soviética.
A Geórgia é alvo de sanções
do Kremlin desde setembro,
quando prendeu quatro militares russos sob acusação de
espionagem -eles foram soltos dias depois.
Moscou diz que o reajuste,
de US$ 110 para US$ 230 por
mil metros cúbicos, é parte
da estratégia de acabar com
os subsídios às antigas repúblicas soviéticas. "É um passo numa série de negociações com outros países para
trazer os preços aos níveis
internacionais. A Geórgia
não é o único país", disse o
porta-voz russo Dmitry Peskov. Autoridades georgianas,
porém, consideram que a decisão tem motivação política.
Caso a alta se concretize, o
empobrecido país do Cáucaso pagará mais pelo produto
que qualquer outra das ex-repúblicas, e o mesmo que os
da União Européia. "Está
claro que estamos lidando
com negociações políticas, e
não comerciais", disse o premiê georgiano, Zurab Nogaideli. Tblisi calcula que o reajuste significaria uma diminuição de 1,2% de seu Produto Interno Bruto em 2007. A
Geórgia consome 2 bilhões
de metros cúbicos de gás por
ano -75% saem da Rússia.
As imensas reservas energéticas russas são um forte
instrumento de pressão. Em
janeiro, a Gazprom cortou
temporariamente o fluxo de
gás para a Ucrânia, alegando
divergências sobre o preço.
Na época, líderes ocidentais
acusaram o Kremlin de fazer
chantagem econômica para
manter sua influência sobre
as ex-repúblicas soviéticas. O
produto também tem forte
papel na barganha política
com a União Européia, da
qual a Rússia é o maior fornecedor de energia.
O anúncio do reajuste foi
feito no mesmo dia em que o
ministro de Relações Exteriores Gela Bezhuashvili foi a
Moscou encontrar o colega
russo, Sergei Lavrov, numa
tentativa de pôr fim à crise.
As relações de Tblisi com
Moscou se deterioraram
desde a chegada ao poder de
Mikheil Saakashvili, em
2003. O presidente georgiano tem uma política externa
abertamente pró-Ocidente e
tenta se integrar à Otan
(aliança militar ocidental).
Com agências internacionais
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