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Oposição cobra de comissário renúncia por caso Jean Charles
Mas governo dá apoio para que Ian Blair fique no cargo
DA REDAÇÃO
O principal partido de oposição e a imprensa do Reino Unido em peso pediram a renúncia
do chefe da Polícia Metropolitana, Ian Blair, depois que a entidade foi considerada culpada
no episódio que resultou na
morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, em julho de
2005. Mas o governo britânico
colocou em cena uma tropa de
choque para defender a permanência do comissário no cargo.
Em carta à secretária do Interior, Jacqui Smith, David Davis, dono da pasta no gabinete
paralelo, disse que a posição do
comissário é "indefensável".
"Coloco nos mais fortes termos que a mais importante e
mais imediata ação que a secretária do Interior pode e deve tomar, sob essas circunstâncias, é
substituir Ian Blair por um comissário que pode comandar a
autoconfiança da força, restaurar a confiança do público e
proteger a segurança da nação",
diz a carta, de acordo com o jornal britânico "The Guardian".
O Partido Liberal Democrata
(oposição) também pediu a cabeça de Ian Blair, qualificando
sua renúncia de "inevitável".
Em sua capa, o tablóide
"Daily Mail" chamou o comissário de "homem sem honra" e
disse que ele "se nega a fazer a
única coisa decente". Já o "Evening Standard" apostou que
"estão contados os dias" de
Blair à frente da polícia. "Blair
deve sair", resumiu o "Financial Times" em editorial.
A polícia britânica foi condenada a pagar uma multa equivalente a R$ 630 mil e as custas
de processo após um júri considerar que a corporação pôs a
segurança da população em risco na ação que culminou na
morte do eletricista mineiro,
confundido com um terrorista,
com sete tiros na cabeça no metrô londrino. Mas o júri isentou
quaisquer oficiais de responsabilidade pessoal pelo caso.
O conservador Davis enviou
o carta após a secretária expressar apoio a Blair em ato público. Membros do governo disseram que o premiê Gordon
Brown também apóia a permanência do comissário no cargo.
"Tenho confiança em Blair e
na Polícia Metropolitana, que,
sai dia, entra dia, enfrenta o desafio de manter o povo britânico seguro do terrorismo", afirmou Smith. "É meu dever e o de
todo político responsável
apoiar essas pessoas."
Ken Livingstone, o prefeito
de Londres, somou-se às manifestações de apoio, chamando
de "lixo" a pressão da imprensa
pela renúncia do comissário.
Ele disse ainda que o veredicto
"desastroso" pode provocar hesitação nos oficiais e portanto
prejudicar a estratégia de combate ao terrorismo.
Com agências internacionais
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