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Disputa aperta nos Estados-pêndulo
Ohio e Virgínia, antes solidamente pró-Obama, passam a indefinidos; McCain perde margem no Arkansas
Democrata tem vantagem
no Colégio Eleitoral, que escolhe presidente, mas precisa garantir vitória em quatro Estados voláteis
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
A menos de 48 horas da eleição para o próximo presidente
dos EUA, os Estados de Ohio e
Virgínia, cruciais para a vitória,
deixaram de favorecer o democrata Barack Obama para ser
qualificados como indefinidos,
aumentando as incertezas da
disputa com o republicano
John McCain.
Na média das pesquisas que
medem o voto nacional, Obama
aparece 6,3 pontos à frente de
McCain (50,5% a 44,2%, segundo o site Real Clear Politics).
Mas a eleição americana é indireta e decidida Estado a Estado
-o voto popular orienta a escolha de representantes estaduais, os delegados, que escolhem o presidente no Colégio
Eleitoral, em dezembro. Há
538 delegados e, para vencer,
são necessários 270.
Ontem, Obama vencia a projeção para o Colégio Eleitoral,
com 238 votos sólidos e 40 prováveis, contra 118 sólidos e 14
prováveis de McCain. Outros
128 votos estavam sob disputa.
Desses, Ohio envia ao Colégio Eleitoral 20 votos. Ali, a média das pesquisas dava ontem
vantagem de 4,2 pontos a Obama (48,8% a 44,6%), mas dentro da margem de erro.
Não por acaso, Obama fez
campanha em Ohio ontem.
Já a Virgínia tem 13 votos sob
disputa. O Estado manifesta leve vantagem para Obama
(49,8% a 46%), mas na margem
de erro das pesquisas.
Na prática, a eleição será decidida pelo resultado em cerca
de 12 Estados em que a disputa
está mais acirrada. Além de
Ohio e Virgínia, em oito -Flórida, Arizona, Indiana, Geórgia,
Carolina do Norte, Missouri,
Montana e Dakota do Norte-
não era possível indicar tendência clara ontem.
Mapa volátil
Não é apenas em Ohio e Virgínia que o mapa eleitoral mudou nos últimos dias. Arkansas
e Dakota do Sul passaram no
sábado de solidamente pró-McCain para apenas inclinados
em favor do republicano.
Arizona passou de tendente a
McCain a indeciso na sexta. E a
Pensilvânia passou de solidamente pró-Obama a inclinada
ao democrata.
Apostando nessa volatilidade, McCain foi à Pensilvânia e a
New Hampshire ontem, dois
Estados que votaram no Partido Democrata em 2004. Hoje,
McCain deve ir a seis Estados,
incluindo Virgínia e Flórida.
A campanha de Obama argumenta, porém, que larga na
frente amanhã devido à vantagens nas votações antecipadas,
que desde a semana passada começaram em 31 dos 50 Estados.
Na Flórida, com 27 delegados
no Colégio Eleitoral, mais de
3,3 milhões de eleitores haviam
votado até a última sexta. A média das pesquisas locais dava
ontem 50% de preferência para
Obama e 45,8% para McCain.
Na Carolina do Norte, o comparecimento antecipado contabilizou 66% do total do comparecimento do Estado na eleição
de 2004. Pesquisas indicavam
47,8% de preferência por Obama e 47,5% por McCain
Em todo o país, segundo a Associated Press, mais de 27 milhões de eleitores haviam votado até a noite de sábado, com
democratas registrados ultrapassando republicanos em número de votantes.
Nate Silver, editor do site
agregador de pesquisas FiveThirtyEight, sugere que o Colorado (9 votos no Colégio Eleitora) já pode ser considerado ganho por Obama por causa da
votação antecipada. Ele diz que
o democrata vence amanhã se
consolidar vantagem em mais
quatro Estados, além dos hoje
considerados sólidos: Pensilvânia, Ohio, Virgínia e Nevada.
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