São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2008

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Disputa aperta nos Estados-pêndulo

Ohio e Virgínia, antes solidamente pró-Obama, passam a indefinidos; McCain perde margem no Arkansas

Democrata tem vantagem no Colégio Eleitoral, que escolhe presidente, mas precisa garantir vitória em quatro Estados voláteis

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

A menos de 48 horas da eleição para o próximo presidente dos EUA, os Estados de Ohio e Virgínia, cruciais para a vitória, deixaram de favorecer o democrata Barack Obama para ser qualificados como indefinidos, aumentando as incertezas da disputa com o republicano John McCain.
Na média das pesquisas que medem o voto nacional, Obama aparece 6,3 pontos à frente de McCain (50,5% a 44,2%, segundo o site Real Clear Politics). Mas a eleição americana é indireta e decidida Estado a Estado -o voto popular orienta a escolha de representantes estaduais, os delegados, que escolhem o presidente no Colégio Eleitoral, em dezembro. Há 538 delegados e, para vencer, são necessários 270.
Ontem, Obama vencia a projeção para o Colégio Eleitoral, com 238 votos sólidos e 40 prováveis, contra 118 sólidos e 14 prováveis de McCain. Outros 128 votos estavam sob disputa.
Desses, Ohio envia ao Colégio Eleitoral 20 votos. Ali, a média das pesquisas dava ontem vantagem de 4,2 pontos a Obama (48,8% a 44,6%), mas dentro da margem de erro.
Não por acaso, Obama fez campanha em Ohio ontem.
Já a Virgínia tem 13 votos sob disputa. O Estado manifesta leve vantagem para Obama (49,8% a 46%), mas na margem de erro das pesquisas.
Na prática, a eleição será decidida pelo resultado em cerca de 12 Estados em que a disputa está mais acirrada. Além de Ohio e Virgínia, em oito -Flórida, Arizona, Indiana, Geórgia, Carolina do Norte, Missouri, Montana e Dakota do Norte- não era possível indicar tendência clara ontem.

Mapa volátil
Não é apenas em Ohio e Virgínia que o mapa eleitoral mudou nos últimos dias. Arkansas e Dakota do Sul passaram no sábado de solidamente pró-McCain para apenas inclinados em favor do republicano.
Arizona passou de tendente a McCain a indeciso na sexta. E a Pensilvânia passou de solidamente pró-Obama a inclinada ao democrata.
Apostando nessa volatilidade, McCain foi à Pensilvânia e a New Hampshire ontem, dois Estados que votaram no Partido Democrata em 2004. Hoje, McCain deve ir a seis Estados, incluindo Virgínia e Flórida.
A campanha de Obama argumenta, porém, que larga na frente amanhã devido à vantagens nas votações antecipadas, que desde a semana passada começaram em 31 dos 50 Estados.
Na Flórida, com 27 delegados no Colégio Eleitoral, mais de 3,3 milhões de eleitores haviam votado até a última sexta. A média das pesquisas locais dava ontem 50% de preferência para Obama e 45,8% para McCain.
Na Carolina do Norte, o comparecimento antecipado contabilizou 66% do total do comparecimento do Estado na eleição de 2004. Pesquisas indicavam 47,8% de preferência por Obama e 47,5% por McCain
Em todo o país, segundo a Associated Press, mais de 27 milhões de eleitores haviam votado até a noite de sábado, com democratas registrados ultrapassando republicanos em número de votantes.
Nate Silver, editor do site agregador de pesquisas FiveThirtyEight, sugere que o Colorado (9 votos no Colégio Eleitora) já pode ser considerado ganho por Obama por causa da votação antecipada. Ele diz que o democrata vence amanhã se consolidar vantagem em mais quatro Estados, além dos hoje considerados sólidos: Pensilvânia, Ohio, Virgínia e Nevada.


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