São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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G20 fixará regras para a quebra de bancos

DO ENVIADO A CANNES

A cúpula do G20 aprovará amanhã regras para disciplinar os grandes bancos, os 27 tidos como grandes demais para quebrar, conforme jargão do mundo financeiro.
Foi exatamente a quebra de um deles, o Lehman Brothers, que serviu de propulsor para a crise de 2008/09.
O G20 estabelecerá regimes especiais para a liquidação desse tipo de bancos, de forma que eles possam ser desmanchados sem provocar um colapso de todo o sistema.
Além disso, haverá planos individuais para cada um dos "bancões", nenhum deles brasileiro. Uma das regras prevê a necessidade de capital adicional genuíno, o que serve de desestímulo para que cresçam ainda mais.
O G20 também avalizará as regras de regulação do conjunto do sistema financeiro, que estão sendo debatidas desde a primeira cúpula em 2008. O foco é a implementação das medidas já estabelecidas pelo Fórum de Estabilidade Financeira, da Basileia.
Outros itens:
1) Taxa sobre movimentações financeiras: é proposta franco-alemã, mas não será adotada como regra internacional. Na prática, há duas vertentes para essa taxação: financiar o desenvolvimento ou frear a especulação.
O Brasil alega que já tem o Imposto sobre Operações Financeiras, que, em tese, cumpre esta segunda finalidade.
2) Fluxos de capital: é uma preocupação brasileira, que vê como a entrada de capitais leva a uma apreciação do real que mina a competitividade das exportações. O documento reafirmará que medidas de controle de capitais, como as que o Brasil já adotou, são válidas desde que não substituam políticas que ajudem na competitividade.
3) Plano de ação: trata-se de uma coordenação de políticas macroeconômicas favoráveis ao "crescimento forte, sustentado e equilibrado". A França introduziu, nessa fórmula antiga, a questão do emprego.
O plano não é válido para todos os países-membros. Cada um adotará o que estiver de acordo com suas condições. (CLÓVIS ROSSI)


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