São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011 |
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Fed adia previsão de fim da crise, mas vê retomada sustentável Para banco central americano, aumento maior do PIB e desemprego abaixo de 9% só serão factíveis em 2012 Autoridade monetária, porém, diz que ligeira aceleração dos últimos meses 'tem força' e não toma novas medidas LUCIANA COELHO DE WASHINGTON O Federal Reserve (banco central dos EUA) adiou ontem seu prognóstico para a recuperação da economia americana em um ano. Apesar do ajuste, porém, mostrou um otimismo até então inédito com a sustentabilidade dessa retomada e não tomou nenhuma nova medida. Ao reduzir a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto e aumentar a de desemprego, o Fed fica em linha com o que esperam os bancos e o Fundo Monetário Internacional. A previsão agora é expansão de 1,6% a 1,7% neste ano e desemprego no atual patamar de 9%. Segundo comunicado emitido na reunião bimestral do Comitê de Política Monetária do Fed, o Fomc, a projeção antes esperada para 2011 -avanço do PIB de até 2,9% e desemprego abaixo de 9%- só será factível em 2012. As perspectivas para 2012 e 2013 também levarão mais tempo para serem atingidas: só em dois anos a economia ganhará fôlego, com avanço entre 3% e 3,5% e desemprego entre 7,8% e 8,2% (ainda acima do nível pré-crise). Mas, se a recuperação tem ocorrido de forma mais lenta do que o esperado -e o Fed reforça que essa "gradualidade" se manterá-, pela primeira vez a autoridade monetária vislumbra o fim do túnel, afirmando que a ligeira aceleração do crescimento vista nos últimos meses "tem força" -ou seja, se sustenta. Em seus últimos comunicados, o banco central americano alertara para o risco de uma recaída na recessão. "O crescimento econômico se fortaleceu um pouco no terceiro trimestre, refletindo, em parte, uma reversão dos fatores que pesaram no início do ano", diz o texto, que aponta alta dos gastos domésticos e do investimento de empresas em maquinário. "Apesar disso, os dados apontam contínua fraqueza no mercado de trabalho." Para o presidente do Fed, Ben Bernanke, o desemprego é mais cíclico -ligado à queda da demanda e à consequente retração da atividade industrial- do que estrutural, relacionado à disparidade entre o perfil da força de trabalho e as vagas ofertadas. Além do desemprego, os investimentos estruturais e o setor imobiliário continuam tímidos, e as turbulências no mercado global (leia-se crise na Europa), um risco. "Para nos protegermos, podemos melhorar nossa própria regulamentação do setor financeiro e podemos nos manter prontos para providenciar ajuda caso seja preciso", disse Bernanke. Apesar da promessa, porém, a autoridade monetária ofereceu apenas mais do mesmo: os juros continuarão em virtualmente zero, para estimular a demanda, e a operação de troca de títulos da dívida para estender seu prazo seguirá em curso. Texto Anterior: G20 fixará regras para a quebra de bancos Próximo Texto: Emprego: Setor privado dos EUA cria 110 mil vagas Índice | Comunicar Erros |
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