|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SOCIEDADE
Bloco proíbe difusão de mensagens sobre derivados de tabaco em jornais, em revistas e na internet a partir de 2005
União Européia bane propaganda de cigarro
DA REDAÇÃO
A União Européia aprovou ontem, em Bruxelas (Bélgica), a
proibição da propaganda de produtos derivados de tabaco em jornais, em revistas e na internet a
partir de 2005 e em eventos esportivos internacionais a partir de
2006. A proibição vale para todos
os países-membros do bloco.
As novas restrições eram defendidas por 13 dos 15 membros da
UE, o que foi suficiente para obter
a aprovação do projeto de lei. Este
foi concebido pelo órgão executivo da UE, a Comissão Européia,
depois que uma proibição anterior foi anulada pela Justiça.
"Trata-se de mais um duro golpe na indústria do tabaco", afirmou David Byrne, comissário europeu para assuntos relacionados
à saúde pública. Segundo ele, os
ministros da Saúde dos países da
UE, que confirmaram a aprovação do projeto, "acertaram em
cheio na indústria do tabaco".
Lars Lokke Rasmussen, ministro da Saúde da Dinamarca, que
presidiu o encontro de ontem,
concordou com Byrne. "Demos
um passo enorme no que se refere
a uma política comum para proteger o público da promoção de
derivados de tabaco", afirmou.
A Alemanha era contrária ao
projeto porque queria que as restrições impostas à mídia impressa
não fossem tão duras. Berlim estuda a possibilidade atacar a medida na Corte Européia de Justiça.
Há dois anos, a Alemanha conseguiu derrubar uma proibição similar após acionar a mais importante corte do continente.
A empresa Japan Tobacco, que
fabrica cigarros das marcas Camel e Winston, disse que a nova
decisão européia também poderá
ser examinada pela Justiça. "Não
cremos que o texto adotado obedeça à decisão judicial anterior",
disse Fabio Marchetti, porta-voz
da empresa.
A Philip Morris, proprietária da
marca Marlboro, se recusou a comentar a decisão dos ministros da
Saúde europeus, afirmando apenas que ainda não tinha estudado
o texto aprovado.
O Reino Unido também votou
contra o projeto de lei, argumentando que as medidas ainda deixavam muita margem de manobra para a indústria do tabaco. "O
pacote deveria ter ido mais longe,
e o texto deveria ser mais claro",
declarou Alan Milburn, ministro
da Saúde britânico.
"A indústria do tabaco conseguiu sucesso em sua tentativa de
atrasar os esforços europeus para
banir a propaganda de derivados
de tabaco de uma vez por todas",
acrescentou Milburn.
De acordo com a UE, mais de
500 mil europeus morrem de
doenças relacionadas ao consumo de tabaco por ano. As autoridades européias acreditam que a
propaganda desempenhe um papel crucial no que se refere a influenciar consumidores potenciais mais jovens.
"Somente na UE, a indústria do
tabaco tem de recrutar 500 mil
novos fumantes por ano, pois outros 500 mil morrem de doenças
provocadas pelo consumo de derivados de tabaco. As medidas
aprovadas hoje [ontem] farão
com que seja mais difícil para a indústria do tabaco atingir seus objetivos", afirmou Byrne.
"Os cidadãos europeus estão
cansados de ver a indústria do tabaco fazer propaganda de seu
produto letal", acrescentou.
A Comissão Européia afirmou
que estava convencida de que as
novas regras não poderiam ser
derrubadas por uma decisão judicial. Os países têm 50 dias para
apelar da decisão.
A maior parte das medidas entrará em vigor em 2005. Porém a
proibição de patrocinar grandes
eventos esportivos, como a Fórmula 1, só entrará em vigor em
2006. Os organizadores da Fórmula 1 já tinham feito um acordo
com as autoridades européias sobre o tema, visando a diminuir
gradativamente a dependência da
categoria da vultosa receita obtida
com a propaganda de cigarros.
As novas restrições servirão para uniformizar as leis nacionais
européias. Alguns países já têm
leis bastante duras em relação ao
tabaco.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Dossiê britânico detalha como o Iraque tortura Próximo Texto: Ataques no Quênia: Mensagem indica autoria da Al Qaeda Índice
|