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ESTADOS UNIDOS
Kenneth Boyd foi morto por injeção letal na Carolina do Norte; novo réu seria executado ontem à noite
Chegam a mil as execuções de americanos
DA REDAÇÃO
Os EUA aplicaram ontem a pena de morte pela milésima vez,
desde que há 28 anos a Suprema
Corte voltou a autorizar as execuções. Kenneth Lee Boyd, 57, condenado pelo assassinato da mulher e do sogro, foi morto por injeção letal às 5h15 (hora de Brasília)
na penitenciária central de Raleigh, na Carolina do Norte.
Uma nova execução, a do réu nš
1.001, estava marcada também
para ontem, desta vez às 21h
(também hora de Brasília) no Estado da Carolina do Sul. Shawn
Paul Humphries seria morto por
injeção letal por ter sido condenado pelo assassinato do proprietário de uma loja de conveniência.
Embora o assunto não seja da
esfera federal, o porta-voz da Casa
Branca, Scott McClellan, disse que
o presidente George W. Bush
"apóia com firmeza" o prosseguimento das execuções, porque elas
dissuadem outros criminosos de
cometerem assassinatos.
Quando governador do Texas,
Estado americano que mais executa criminosos, Bush autorizou
152 execuções em seis anos e assinou uma única comutação a prisão perpétua para um réu já no
corredor da morte.
O argumento de Bush é discutível, dizem adversários da pena capital. Eles notam que a taxa de homicídios nos 12 Estados americanos que não aplicam o dispositivo
é mais baixa que a dos 38 Estados
em que ele é aplicado.
Também citam estudos que demonstram uma queda mais acentuada dos homicídios em Estados
que não executam seus réus.
Ontem à tarde o governo britânico, no exercício da presidência
rotativa da União Européia, publicou nota em que afirma que
aquele bloco "se opõe à pena de
morte em todas as circunstâncias" e que acredita que sua abolição seja "essencial para proteger a
dignidade humana".
Na quarta-feira, Boyd deu entrevista à Associated Press e afirmou que não lhe "agradava a
idéia de ser lembrado como um
simples número", em referência à
milésima execução.
O milésimo executado nos EUA
deveria ter sido, na quarta-feira,
Robin Lovitt, condenado no Estado da Virgínia por ter matado a
sogra e a enteada. Mas a publicidade negativa do caso levou o governador Mark Warner a comutar a pena para prisão perpétua.
Cerca de 150 manifestantes permaneceram em vigília, às portas
da prisão de Raleigh, com velas
acesas e entoando hinos religiosos
contra a execução de Boyd.
A última pesquisa do Instituto
Gallup mostra que os abolicionistas -partidários de uma reforma
na lei- ainda são minoritários, já
que 64% dos americanos apóiam
essa forma extrema de punição.
Mas essa porcentagem é a mais
baixa nos últimos 27 anos. Pela
mais alta, registrada em 1994, 80%
eram favoráveis à pena capital.
Com agências internacionais
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