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TENSÃO
Líderes dos países estão no Nepal
Índia e Paquistão não confirmam encontro
DA REDAÇÃO
A tensão entre a Índia e o Paquistão continuou ontem apesar
da pressão internacional para o
primeiro-ministro indiano, Atal
Vajpayee, e o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, estabelecerem um diálogo na cúpula da
Associação do Sul da Ásia para a
Cooperação Regional, que acontece em Katmandu, no Nepal.
Nenhum dos dois países confirmaram se haveria um encontro
no Nepal. "Não estou aqui para
tratar das relações entre a Índia e
o Paquistão", afirmou o ministro
das Relações Exteriores indiano,
Jaswant Singh. Um porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores paquistanês afirmou por sua
vez que não houve pedido de nenhum dos dois lados para a realização do encontro. Os EUA, o
Reino Unido e a China estão intensificando os esforços para que
os dois líderes mantenham conversações em Katmandu.
"O perigo é óbvio. São dois países muito fortes em uma área onde tradicionalmente existe conflitos e instabilidade", afirmou o
primeiro-ministro britânico,
Tony Blair, que estava ontem em
Bangladesh e nos próximos dias
deve se reunir separadamente
com Musharraf e Vajpayee para
tentar encontrar uma saída diplomático para o conflito.
A tensão militar entre os dois
países se agravou após ataque
contra o Parlamento indiano em
Nova Déli no dia 13 de dezembro,
que causou a morte de 14 pessoas
(inclusive os cinco terroristas).
Os indianos acusam os paquistaneses de apoiar grupos separatistas da região da Caxemira que
teriam cometido o ataque. O Paquistão diz que o país não pretende fornecer apoio militar a movimentos que lutam contra a presença indiana na Caxemira, apenas respaldo "moral e político".
Há o temor de que a tensão entre indianos e paquistaneses possa levar a um confronto armado,
que desestabilize a região, onde os
EUA realizam uma ofensiva contra o terrorismo no Afeganistão,
vizinho ao Paquistão.
Além disso, paquistaneses e indianos possuem armas nucleares,
o que pode levar a um confronto
sem precedentes na região.
Anteontem, outro atentado,
desta vez na entrada da Assembléia em Srinagar, capital de verão
da Caxemira, deixou 20 feridos e
um morto. Ontem, em choques
fronteiriços entre militares dos
dois países, que estão acontecendo quase diariamente, dois soldados indianos morreram.
Os dois países já travaram três
guerras desde 1947, quando a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana, se
tornaram independentes do Império Britânico.
O foco do conflito é a Caxemira,
dividida entre três países: a Índia,
que controla 45%, o Paquistão
(30%) e a China, que possui o restante. O Paquistão reivindica a
porção indiana da Caxemira, onde a maior parte da população
também é muçulmana.
Com agências internacionais
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