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Estudo expõe erros dos EUA no Iraque
ERIC SCHMITT
DO "NEW YORK TIMES"
O primeiro relatório oficial do
Exército dos EUA sobre a invasão
do Iraque revela que as forças
americanas tiveram de conviver
com um "lodaçal" de problemas
de abastecimento, com rádios que
não conseguiam estabelecer contato com soldados distantes, com
operações psicológicas decepcionantes contra os iraquianos e com
quase nenhuma informação confiável sobre o modo como Saddam Hussein defenderia Bagdá.
Os problemas de logística da invasão, que a cúpula militar minimizou à época, foram muito piores que o que havia sido anunciado antes. Embora sirva sobretudo
para que o Exército faça uma avaliação de sua atuação e dos problemas que enfrentou no Iraque,
o estudo também pode ser um
documento político em que os
militares expõem seus interesses.
Motores ficaram parados no
Kuait à espera de um motorista de
caminhão que pudesse levá-los ao
Iraque. Caminhões ficaram desmontados, e suas peças foram
usadas em outros veículos. Unidades de artilharia se apoderaram
de partes das armas dos iraquianos para manter seus próprios armamentos em funcionamento.
Na maioria dos casos, os soldados americanos encontraram soluções improvisadas para manter
a ofensiva. Mas, segundo o estudo, a 3ª Divisão de Infantaria,
uma das principais forças de
combate do Exército, ficou a duas
semanas de ter de parar de avançar por conta da falta de peças de
reposição para seus veículos. E
não havia um sistema de distribuição de suprimentos eficaz.
O estudo também mostra que a
decisão do Pentágono de enviar
sobretudo unidades de combate
ao Iraque nas semanas que precederam a invasão teve como "conseqüência inesperada" o fato de
que unidades de apoio só puderam ser enviadas posteriormente,
o que contribuiu para os graves
problemas de logística.
O responsável pelo texto, de 504
páginas, é Gregory Fontenot, um
coronel da reserva do Exército
dos EUA -que comandou um
batalhão na Guerra do Golfo, em
1991, e uma brigada na Bósnia,
também na década passada.
Os fuzileiros navais, a Força Aérea e a Marinha também estão
preparando estudos sobre sua
atuação no Iraque e sobre os problemas que tiveram de enfrentar
durante a ofensiva militar.
Segundo o Exército, o momento
em que o relatório foi divulgado
não tem nenhuma relação com a
proposta de Orçamento enviada
pelo presidente George W. Bush
ao Congresso anteontem. Bush
pediu aos congressistas que aprovem um aumento de 7% dos gastos do Departamento da Defesa.
A maior parte das agências do governo deverá ser forçada a gastar
menos no ano fiscal de 2005.
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