São Paulo, quarta-feira, 04 de fevereiro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Idéia é trocar vilas árabes-israelenses por assentamentos na Cisjordânia; 59% apóiam remoção de colônias em Gaza

Israel estuda transferir áreas árabes aos palestinos

DA REDAÇÃO

Israel está estudando transferir no futuro algumas áreas árabes-israelenses aos palestinos, em troca da permanência de assentamentos judaicos na Cisjordânia, segundo uma importante autoridade israelense.
A informação foi confirmada por Ranaan Gissin, porta-voz do governo, e sua divulgação ocorreu no dia seguinte ao anúncio feito pelo premiê israelense, Ariel Sharon, de que Israel removerá 17 das 20 colônias judaicas existentes na faixa de Gaza, provocando duros protestos de colonos judeus e de membros da sua coalizão.
"Foi sugerido que, levando-se em conta os problemas demográficos que Israel enfrenta, e em um contexto de acordo com a entidade palestina, seria pedido para que a fronteira na região fosse removida, com a entidade tendo jurisdição sobre as pessoas que vivem lá [nas áreas árabes de Israel]", disse Gissin. "Em troca, Israel expandiria as comunidades [assentamentos] judaicas em Judéia e Samaria [Cisjordânia]."
Há 1,3 milhão de árabes-israelenses, a maior parte vivendo na região da Galiléia, ao norte de Israel, o que corresponde a 20 % da população do país. Eles têm direito a voto, recebem os serviços sociais do governo, como educação e saúde, e podem trabalhar normalmente. Porém os árabes reclamam de discriminação.
Ahmed Tibi, um dos principais parlamentares árabes em Israel, condenou a proposta.

Faixa de Gaza
Sharon afirmou ontem que poderá compor um novo governo, se necessário, para aprovar o projeto de remoção de colônias na faixa de Gaza. Dois partidos pró-colonos de sua coalizão ameaçam deixar o governo.
Mas o líder do Partido Trabalhista, Shimon Peres -cujo mandato foi estendido até 2005-, afirmou que o partido poderia apoiar Sharon na remoção dos assentamentos. Segundo pesquisa divulgada ontem, 59% dos israelenses apóiam a remoção das colônias na faixa de Gaza, contra 34% que se opõem -o restante não se manifestou.
O premiê palestino, Ahmed Korei, disse que a remoção das colônias "é uma boa notícia". Porém, segundo ele, somente haverá paz quando Israel sair da Cisjordânia.


Com agências internacionais


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