Ex-ministro que passara à oposição aceita convite para ser vice-líder partidário

DE BUENOS AIRES

O ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner somou um aliado inesperado na sua intenção de assumir a presidência do Partido Justicialista (peronista): o ex-candidato presidencial oposicionista Roberto Lavagna. Lavagna foi ministro da Economia de Kirchner entre maio de 2003 e dezembro de 2005. Mas, após deixar o governo, fez uma campanha com duras críticas a Kirchner e a Cristina Kirchner. Acabou em terceiro, com 16,9% dos votos.
Ontem, em entrevista ao "Clarín", Lavagna confirmou que aceitou o convite de Kirchner para acompanhá-lo como candidato a vice-presidente do Partido Justicialista.
A aliança atrai para o lado de Kirchner peronistas que eram ligados ao ex-presidente Eduardo Duhalde, esvaziando as pretensões de Duhalde de armar uma oposição ao projeto de Kirchner no PJ. No próximo dia 17 de março, o Congresso Nacional do PJ deve definir as regras para a eleição de seu presidente e sua normalização -o partido encontra-se sob intervenção judicial desde 2005.
"[Kirchner e eu] coincidimos que havia chegado o momento de resgatar o Justicialismo, sobre a base da diversidade sempre dentro de uma mesma filosofia", justificou Lavagna. O ex-ministro disse que mantém suas críticas, especificamente em relação à manipulação das estatísticas oficiais de inflação e à relação com a Venezuela. (RODRIGO RÖTZSCH)


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