São Paulo, segunda-feira, 04 de fevereiro de 2008

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entrevista

Para mulher de seqüestrado, marcha polariza

DO ENVIADO A BOGOTÁ

Mulher do ex-deputado Orlando Beltrán, seqüestrado há mais seis anos pelas Farc, Deyanira Ortiz agradeceu ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, pelo anúncio da liberação de seu marido.
Na sua avaliação, as manifestações de hoje são polarizadoras. "Faremos orações em várias igrejas.
Não devemos participar de situações que polarizem o país, mas que nos unam", disse. Leia, a seguir, a entrevista concedida à Folha, por telefone.

 

FOLHA - Como vocês receberam a notícia da libertação?
DEYANIRA ORTIZ
- Estávamos vendo TV quando saiu o comunicado das Farc. Obviamente, nos deu muita alegria, demos graças a Deus por haver escutado nossos pedidos. [Dou] Graças ao presidente Chávez, graças à senadora Piedad Córdoba por todo o trabalho que têm feito para abrir essa porta da esperança de onde saíram Clara [Rojas] e Consuelo [González, ambas libertadas em janeiro] e por onde sairão nossos familiares. Esperamos que por essa porta possam sair todos os reféns.

FOLHA - Qual é a posição da sra. a respeito das manifestações de amanhã [hoje]?
ORTIZ
- Nós, os familiares, tomamos uma decisão em nível nacional, comunicamos ao país que faremos orações em várias igrejas. No meu caso, estou em Neiva, departamento de Huila, estaremos na igreja da Imaculada Conceição. Rezaremos pela liberdade dos seqüestrados, por sua saúde, pela paz em Colômbia e para que não haja mais seqüestros. O que temos de pedir é a liberdade de todos os seqüestrados. Não devemos participar de situações que polarizem o país, mas que nos unam, e a oração une mais do que qualquer outra coisa.

FOLHA - A sra. recebeu uma carta do seu marido no mês passado. O que ele contou sobre a sua situação?
ORTIZ
- Na carta, ele dizia que estava num mau estado de saúde, tem condições muito precárias de saúde, que a maioria estava doente. Pediu que fizéssemos todas as gestões para colocá-los em liberdade, senão eles morreriam na selva. Foi a terceira prova de sobrevivência que recebemos dele em seis anos e meio.


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