|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA propõem criar banco de combustível nuclear
DA SUCURSAL DO RIO
Os EUA vão apresentar em
abril ao conselho da AIEA
(Agência Internacional de
Energia Atômica) a proposta de
criação de um banco de combustível nuclear.
A ideia é "criar incentivos"
para que os países determinados a aumentar ou iniciar a utilização de energia atômica não
busquem dominar o ciclo "tecnologicamente sensível" de
enriquecimento de urânio.
A decisão foi anunciada pela
subsecretária para Controle de
Armas e Segurança Internacional, Ellen Tauscher, em discurso distribuído ontem pelo Departamento de Estado. Segundo ela, trata-se de uma mudança em relação ao governo anterior, que propusera proibir o
domínio do ciclo de combustível por novos países.
O Tratado de Não Proliferação garante aos signatários o
direito de enriquecer urânio
em até 20% -é preciso chegar a
90% para fazer a bomba.
Mas apenas nove países que
não possuem armas atômicas,
entre eles o Brasil, dominam a
tecnologia, mesmo que ainda
dependam, para abastecer suas
usinas, dos quatro consórcios
internacionais autorizados a
vender combustível nuclear
-um americano, um russo, um
francês e um alemão-britânico-holandês.
A criação do banco de combustível vem sendo discutida
há uma década na AIEA. A modalidade apoiada pelos EUA
inspira-se em proposta da Iniciativa contra a Ameaça Nuclear, liderada pelo ex-senador
americano Sam Nunn. A ideia é
dar uma garantia de fornecimento, mas apenas aos países
considerados em dia com as
salvaguardas do TNP.
Hoje, cerca de 30 países produzem energia nuclear. A expectativa, entretanto, é que o
número aumente, devido à
pressão por alternativas aos
combustíveis fósseis, vilões do
aquecimento global. Mas os
EUA já assinaram acordos bilaterais com quatro aliados do
Oriente Médio que pretendem
construir usinas atômicas
-Jordânia, Arábia Saudita,
Emirados Árabes Unidos e
Bahrein- em que estes se comprometem a não buscar produzir combustível.
Em novembro, o Conselho
da AIEA autorizou a Rússia a
estabelecer em Angarsk uma
reserva de urânio enriquecido
para países que tenham problemas de fornecimento "não relacionados a razões técnicas ou
comerciais", isto é, causados
por vetos políticos.
(CLAUDIA ANTUNES)
Texto Anterior: Ocidente expressa ceticismo com aceno iraniano Próximo Texto: Oposição anti-Obama prega "volta à sanidade" Índice
|