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Líder do Irã foca tensão regional em Riad
Ahmadinejad e o rei saudita discutem crise nuclear; segundo Teerã, EUA propuseram diálogo sobre segurança no Iraque
Washington não comenta afirmação do chanceler do Irã; potências regionais também debaterão crise no Líbano e entre palestinos
DA REDAÇÃO
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, iniciou
ontem, em Riad, sua primeira
visita oficial à Arábia Saudita.
Cercada de grande expectativa,
as conversas devem girar em
torno das crises no Iraque, no
Líbano e na liderança palestina, além do programa nuclear
do Irã -temas que tem mantido o Oriente Médio sob tensão
nos últimos meses.
"No encontro com o rei Abdullah, discutiremos essas
questões, que deveriam ser
conduzidas conjuntamente no
mundo islâmico", disse Ahmadinejad antes de deixar Teerã.
Ele também se mostrou disposto a buscar uma solução para o
impasse no Líbano, onde o governo do premiê sunita Fouad
Siniora é pressionado a deixar o
poder pela oposição liderada
pelo grupo xiita Hizbollah, que
tem o apoio de Teerã.
Ao desembarcar no aeroporto de Riad, o presidente iraniano foi recebido pessoalmente
pelo rei Abdullah.
Num desdobramento sobre
um dos assuntos centrais do
encontro em Riad, o chanceler
iraniano, Mohamad Ali Hossein, afirmou ontem que os
EUA propuseram ao Irã iniciar
discussões sobre a questão da
segurança no Iraque. "Recentemente os americanos entraram
em contato conosco por meio
de intermediários e propuseram discutir os problemas do
Iraque, em particular a questão
da segurança. Estamos examinando essas propostas", disse.
A Casa Branca não comentou
a informação. Ao lado do programa nuclear iraniano, o Iraque é uma das divergências que
inflamaram a disputa recente
entre Teerã e Washington. O
governo americano acusa o Irã
de fomentar a violência iraquiana com o fornecimento de
armas a insurgentes xiitas, o
que Teerã nega.
Influência crescente
Para o analista saudita Zuhair al-Harthi, "o Irã está buscando um papel-chave na região, e essa é uma oportunidade
para tentar barganhar a questão nuclear por meio da negociação de questões espinhosas
como Líbano e Iraque".
Os EUA e seus aliados regionais -entre eles, Israel e a própria Arábia Saudita- suspeitam que o programa nuclear
iraniano tenha por finalidade
desenvolver armas nucleares.
Teerã, no entanto, diz que o
programa tem fins pacíficos.
Os governos árabes aliados
dos EUA também temem que o
xiita Irã esteja ganhando demasiada influência na região e ampliando a divisão com os sunitas no mundo islâmico, que se
tornou mais intensa com a
guerra no Iraque.
O diálogo entre as duas potências regionais, que juntas
têm mais de um terço das reservas mundiais de petróleo,
ocorre ao fim de uma semana
em que os EUA aceitaram participar de uma conferência de
alto nível sobre o Iraque, com a
participação do Irã. O gesto foi
visto como uma inflexão na política de Washington.
Com agências internacionais
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