São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2008

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Na América do Sul, crítica unânime à operação

DA REDAÇÃO

Desaprovação e votos de solução pacífica marcaram ontem as reações na América do Sul à crise desencadeada pela incursão militar colombiana contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território do Equador. "Não podemos estar de acordo com o desrespeito às fronteiras", declarou a presidente do Chile, Michelle Bachelet, numa das mais duras críticas à operação militar colombiana.
O presidente do Peru, Alan García, disse ser "inaceitável" a invasão colombiana do território equatoriano. Uma "explicação convincente" é o que a Colômbia deve ao Equador, segundo afirmou Carlos "Chaco" Alvarez, o argentino que preside a Comissão Permanente de Representação do Mercosul.
A Argentina também desaprovou a operação e defenderá na reunião extraordinária de hoje da OEA "o princípio inviolável" da soberania territorial, segundo disse ontem, em Genebra, o chanceler do país, Jorge Taiana. No entanto a assessoria da Casa Rosada confirmou que Taiana acompanhará a presidente Cristina Kirchner em viagem à Venezuela amanhã, onde ela e Hugo Chávez assinarão acordos de cooperação econômica.
O ataque às Farc desagradou ainda à França, país cujo governo vinha pressionando pela negociação entre Bogotá e a guerrilha para que esta libertasse Ingrid Betancourt, cidadã franco-colombiana em cativeiro há mais de seis anos. "Não foi uma boa notícia", disse o chanceler francês, Bernard Kouchner, acerca da morte de Raúl Reyes.
Segundo Kouchner, Reyes era o homem nas Farc com quem "estávamos em contato". O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou por meio de seu porta-voz preocupação com "o aumento das tensões" entre Colômbia, de um lado, e Equador e Venezuela, de outro, e pediu diálogo.
O ditador cubano Fidel castro dedicou algumas linhas de texto que publicou ontem no periódico oficial "Granma" ao assunto. Fidel, que abdicou dos cargos no mês passado, culpou os EUA pela tensão.


Colaboraram ADRIANA KÜCHLER, de Buenos Aires, e MARCELO NINIO, de Genebra


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