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Sismo pode afetar fornecimento de vinho ao Brasil
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
As vinícolas do Chile continuam fazendo as contas dos estragos causados pelo terremoto
do sábado passado. Mas não são
só os chilenos que fazem essas
contas. Os brasileiros, que têm
o Chile como o maior fornecedor de vinho, também veem um
cenário incerto a curto prazo.
Informações preliminares
indicam que as perdas das vinícolas chilenas podem superar
US$ 250 milhões, já que ao menos 75% da produção do país
está nas áreas mais afetadas.
As maiores perdas ocorreram nos tanques de inox que
racharam e deixaram vazar pelo menos 125 milhões de litros
que estavam em preparação -a
capacidade instalada do país é
de 1,8 bilhão de litros. Outras
100 milhões de garrafas quebraram, segundo a Corporação
Chilena de Vinho.
"Já os barris de carvalho, onde estão os vinhos mais caros,
foram os menos afetados", segundo Adílson Carvalhal Junior, diretor comercial da Casa
Flora, importadora dos vinhos
da Santa Carolina, 1 das 3 principais produtoras do Chile.
"Não sabemos o tamanho e a
magnitude dos estragos, assim
como não se sabe quando a produção volta ao normal", diz. As
indústrias podem ter dificuldades inclusive na obtenção de insumos, como garrafas. "É um
cenário preocupante."
Será uma luta contra o relógio, já que o setor começa a colher as uvas a partir de agora e
precisa de toda a linha de produção em ordem, diz Phillip
Merlo Thompson, gerente de
marcas do setor de vinhos da
Interfood Importação, responsável pelas importações dos vinhos da Santa Helena, também
uma das principais do setor.
O mercado brasileiro ainda
tem estoques para uns 40 ou 50
dias, na avaliação de Carvalhal,
mas pode ter problemas na recomposição desses estoques
para o inverno, período de
maior consumo no Brasil. O
país importou 30 milhões de
garrafas do Chile em 2009, segundo a Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura).
Francisco da Silva Araújo Filho, somelier do hotel Intercontinental São Paulo, diz que
essa dificuldade vai recair sobre os preços, e o consumidor
poderá pagar mais pelo vinho.
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