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São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

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Forças especiais agem no centro da capital, dizem jornais

DA FRANCE PRESSE

Forças especiais americanas e britânicas teriam realizado operações no centro de Bagdá durante a noite de ontem e a madrugada de hoje sob a cobertura de um blecaute, segundo os jornais britânicos, "The Daily Telegraph" e "The Daily Express".
Até o fechamento dessa edição, não havia informação sobre a suposta ação em outros meios de comunicação. Também não houve comentário por parte de autoridades militares dos dois países.
De acordo com os jornais, com base em fontes militares anônimas, dezenas de soldados equipados com óculos de visão noturna, ajudados por agentes da CIA e do MI6 (serviços secretos dos EUA e do Reino Unido), aproveitaram o blecaute para chegar ao centro da capital pela primeira vez.
Teriam como missão tentar localizar dirigentes do regime, inclusive Saddam Hussein, e avaliar o potencial de resistência da Guarda Republicana e outros grupos de elite iraquianos na capital. As informações obtidas poderiam servir de subsídio para que se tome a decisão de invadir a capital.
Segundo o "Telegraph", os EUA teriam jogado bombas para paralisar as redes elétricas e facilitar as operações secretas. O blecaute em Bagdá, o primeiro desde o início da guerra, começou por volta de 20h (14h em Brasília), enquanto grandes explosões eram ouvidas no centro e no sul da cidade.
Explosões sacudiram Bagdá durante 15 minutos antes de as luzes se apagarem. Logo após o início do blecaute, o chefe do Estado-Maior americano, Richard Myers, negou que os EUA teriam alvejado a rede elétrica de Bagdá.
Fontes militares americanas chegaram a afirmar que o próprio governo iraquiano havia provocado o apagão, para atrapalhar o ataque dos EUA. Durante a Guerra do Golfo, em 1991, blecautes eram comuns em Bagdá.
A falta de eletricidade, se perdurar ou se repetir, aumentará a tensão dos 5 milhões de bagdalis e pode levar ao colapso dos sistemas de água e esgoto.
Enquanto Bagdá silenciava à noite, homens de uniforme montaram barreiras em ruas do bairro de Karada, com o objetivo de impedir um êxodo de civis. Um jornalista do diário americano "The New York Times" afirmou à TV CNN que civis estavam deixando a cidade, com medo da batalha final pela capital -que se aproximou ontem, com o assédio ao aeroporto Saddam Hussein.
Ainda segundo a CNN, alto-falantes podiam ser ouvidos à noite conclamando os bagdalis a defender o aeroporto atacado. Enquanto os americanos avançavam, um pronunciamento de Saddam, lido pelo ministro da Informação, Mohammed Said al Sahaf, exortava os iraquianos a "combatê-los [os invasores] com as suas mãos".


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