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Falha do Iraque
foi permanecer
na defensiva
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
As guerras são ganhas por
quem comete menos erros.
Mais de um general ou diplomata parafraseou esse
clássico ditado, como o estadista britânico Winston
Churchill (1874-1965). Para
sorte dos americanos, o Iraque tem cometido erros em
maior quantidade.
O erro maior foi ter ficado
na defensiva todo esse tempo. Nenhum Exército vence
se ficar limitado a posições
estáticas. Não houve até agora nenhum grande contra-ataque de tropas mecanizadas iraquianas, apesar de um
alarme falso logo no começo
do conflito.
Dois elementos básicos ditam a progressão tanto de
um exército quanto de um
grupo de combate de uma
dúzia de soldados: fogo e
movimento.
As forças anglo-americanas têm mais poder de fogo e
mais mobilidade que seus
adversários. O comandante
Tommy Franks está usando
os dois elementos para tentar destruir as divisões da
Guarda Republicana fora de
Bagdá e evitar um cerco a
uma cidade de cerca de 5 milhões de habitantes.
Um cerco da cidade é mais
provável do que um avanço
temerário dentro dela. Restaria o problema básico: como desentocar Saddam
Hussein, caso ele ainda esteja vivo e na cidade.
Esse seria o momento de
as tropas especiais ganharem missões ligadas à queda
do regime, caçando Saddam
Hussein e seus colaboradores em uma Bagdá sitiada.
Duas das divisões da Guarda Republicana já estariam
fora de combate, segundo os
EUA. Caso seja verdade, faltam ainda quatro para ser
eliminadas. Estimativas
americanas também dão
conta de mil tanques iraquianos já destruídos. Restariam outros mil, contudo.
Os dois próximos dias prometem ser decisivos em relação a uma eventual tomada
ou cerco de Bagdá.
"As pessoas me dizem, vocês não são os vietnamitas,
vocês não têm selvas e pântanos para se esconderem.
Eu respondo que as cidades
serão nossos pântanos e
nossos prédios, nossas selvas", declarou o vice-premiê
iraquiano, Tariq Aziz, em
2002, a um pesquisador da
Universidade de Warwick,
Toby Dodge.
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