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DIREITOS HUMANOS
EUA usariam bombas de fragmentação contra civis, e Bagdá, minas terrestres
ONGs acusam violações dos dois lados
DA REDAÇÃO
Organizações de defesa dos direitos humanos criticaram ontem, como vêm fazendo nas últimas semanas, o Iraque e os EUA
por práticas de guerra que colocam em risco a vida de civis.
A organização britânica especializada em retirar minas terrestres MAG (Grupo de Aconselhamento sobre Minas) acusou o Iraque ontem de colocar minas em
vilarejos e depósitos de água. Segundo o grupo, a maioria dos
5.000 vilarejos ao redor de Kirkuk
e Mossul, na região norte do Iraque, foi minada pelo Iraque.
Anteontem, o MAG já dissera
que militares iraquianos haviam
guardado cerca de 700 minas em
uma mesquita, o que fez com que
a Human Rights Watch e a Anistia Internacional emitissem declarações condenando Bagdá.
Um câmera da rede britânica
BBC morreu anteontem ao pisar
em uma mina no vilarejo de Kifri
(norte).
Já os EUA foram criticados por
usar bombas de fragmentação,
que, segundo a Human Rights
Watch e a Anistia Internacional,
deveriam ser totalmente proibidas por serem "imprevisíveis".
Cada bomba de fragmentação
costuma conter cerca de 200
"bombinhas" do tamanho de latas de refrigerante, que podem se
espalhar por uma área do tamanho de dois campos de futebol. A
maioria das "bombinhas" explode na hora do impacto, mas muitas permanecem sem explodir.
A Anistia afirma que pelo menos 5% não explodem na hora, o
que faz com que elas se tornem,
na prática, minas terrestres.
Outro problema, apontado ontem pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), é o
fato de que os EUA estão distribuindo "rações humanitárias"
embaladas em um plástico amarelo idêntico ao usado nas "bombinhas" jogadas por aviões americanos no Iraque.
O ministro da Informação do
Iraque, Mohammed Said al Sahaf,
acusou os EUA ontem de jogar
bombas de fragmentação em uma
área residencial de Bagdá, matando 14 pessoas e ferindo 66. Anteontem, o médico Sadid Moussawi, em Hilla, afirmou que 33 civis iraquianos morreram e mais
de 300 ficaram feridos em ataques
aéreos em uma área residencial
usando bombas de fragmentação.
Mesmo admitindo ter usado
bombas de fragmentação contra
tanques iraquianos perto de Bagdá, Washington insiste em que,
apesar de se reservar o direito de
usar em combate um novo tipo de
bomba mais preciso, nunca o usaria contra civis. E oficiais militares
britânicos negaram ontem relatos
na imprensa de que usaram bombas de fragmentação em Basra.
No novo tipo de bomba de fragmentação usado pelos EUA, as
"bombinhas" têm pára-quedas
que se abrem depois que elas são
jogadas, o que evita que elas sejam
jogadas para longe pelo vento e
faz com que caiam mais precisamente sobre os alvos.
A Anistia Internacional afirma
que o uso de bombas de fragmentação viola normas humanitárias
internacionais e deve, em breve,
ultrapassar minas terrestres como
a herança mais letal das guerras.
Segundo estimativas, os EUA
jogaram mais de 50 milhões de
bombas de fragmentação na
Guerra do Golfo (1991). Até o fim
de 2002, quase 2.000 pessoas haviam morrido ou perdido membros no Kuait após o fim da guerra por bombas não explodidas.
Com agências internacionais
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