DA REDAÇÃO

O influente clérigo xiita Moqtada al Sadr convocou ontem iraquianos de todas as religiões a participarem de uma megamanifestação que ocorrerá em Najaf no dia 9 de abril, em protesto contra o quinto aniversário da tomada de Bagdá pelas tropas americanas. O primeiro-ministro iraquiano, o pró-americano Nuri al Maliki, disse estar disposto a autorizar a manifestação, desde que ela seja pacífica.
Mas, numa clara ameaça ao Exército do Mehdi, milícia comandada por Sadr, o premiê prometeu retomar a ofensiva lançada no dia 25 de março -e suspensa desde domingo- contra "bandos criminosos" em Basra (sul), capital petrolífera do país cujo controle é disputado por facções xiitas.
Sadr, que tem apoio entre os xiitas mais pobres, acusou Maliki de usar a operação como pretexto para enfraquecer o Exército do Mehdi em prol de outros grupos xiitas, ligados ao governo.
A crise se alastrou por outras cidades, Bagdá em particular, e levou o governo iraquiano a pedir ajuda às forças americanas e britânicas, que bombardearam alvos em Basra e na capital. A repressão ameaçou acabar com uma trégua unilateral decretada por Sadr em agosto e que ajudou a reduzir em 60% a violência no país no segundo semestre de 2007.
A crise foi encerrada graças à mediação do vizinho Irã, também de maioria xiita, que financia Sadr.