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Americano é recebido como astro em ginásio
DO ENVIADO A ESTRASBURGO
Na segunda escala de sua esperada estreia europeia, Barack
Obama foi recebido como um
astro de rock em aparições públicas na França e na Alemanha, em contraste com a aversão que o presidente dos EUA
provocava no continente até
poucos meses atrás.
O auge da tietagem ocorreu
num ginásio esportivo de Estrasburgo, em uma sessão de
perguntas e respostas com jovens. Com bom humor e uma
mensagem de reconciliação,
Obama levou a plateia ao delírio, e saiu ovacionado.
Quanta diferença, em apenas
um ano. Na última reunião de
cúpula da Otan, em Bucareste,
o governo romeno esvaziou as
principais ruas da capital e reforçou a segurança, mas não
houve protestos. A preocupação era com possíveis atos de
hostilidade ao então presidente
americano, George W. Bush.
Na cúpula deste ano, sediada
em três cidades da fronteira
franco-alemã, a segurança está
ainda mais rigorosa, mas há
duas novidades. A primeira é o
retorno dos protestos anticapitalistas às ruas, produzidos pela
crise financeira. A segunda é o
magnetismo do novo presidente americano.
Assim como em Bucareste,
boa parte das escolas, repartições públicas e lojas ficou fechada em Estrasburgo, Kehl e
Baden-Baden. Mas se os romenos preferiram aproveitar o feriado para deixar a capital, aqui
muita gente ficou para tentar
ver Obama de perto.
Quem conseguiu não ficou
decepcionado. Em um ginásio
abarrotado, Obama cativou a
plateia com mensagens moderadas, como a aspiração a um
mundo sem armas atômicas e o
desejo de aproximação com o
mundo islâmico.
Mas foi na sessão de perguntas e respostas que ele conquistou de vez o ginásio. Depois de
arrancar uma gargalhada do
presidente ao informá-lo que
seu nome em húngaro significa
"pêssego", uma estudante alemã perguntou a Obama se desde a posse ele já havia tido algum momento de arrependimento por ter se candidatado.
"Michelle definitivamente
faz essa pergunta", respondeu
Obama, olhando para a primeira-dama, que devolveu um sorriso cúmplice. Após 20 minutos
respondendo a perguntas sobre
terrorismo, democracia, ambiente e até o cão que escolherá
para ser o mascote da Casa
Branca, Obama deixou o ginásio sob aplausos.
Pouco depois, ao cruzar a
fronteira para encontrar-se
com a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, nova demonstração de tietagem. Centenas de pessoas aguardavam
nas ruas de Baden-Baden a passagem de Obama e Michelle,
que cumprimentaram os fãs e
tiraram fotos.
Na entrevista ao lado de Obama, a chanceler alemã não resistiu: "Você percebe que alguma coisa mudou quando vê
pessoas com bandeiras dos
EUA nas ruas", disse.
(MN)
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