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COLÔMBIA
142 militares e 15 guerrilheiros devem ser libertados nos próximos dias
Bogotá e Farc fazem pacto histórico
DA FRANCE PRESSE
O governo da Colômbia e as
Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia (Farc) assinaram
anteontem um acordo histórico
para libertar combatentes.
O pacto humanitário, o primeiro que as partes assinam em 29
meses de conversações, colocará
em liberdade nos próximos dias
142 militares e policiais capturados pelos rebeldes em combate e
15 guerrilheiros presos.
Estima-se que as Farc tenham
em seu poder ao todo cerca de 500
policiais e soldados.
O acordo está sendo considerado um passo adiante no processo
de paz por diversos líderes humanitários, políticos e religiosos da
Colômbia.
Para o presidente Andrés Pastrana, o compromisso deve humanizar o conflito armado, que,
nas últimas semanas, foi marcado
por massacres de camponeses e
outros civis, cometidos tanto por
guerrilhas de esquerda quanto
por paramilitares de ultradireita,
seus inimigos.
"Vejo o acordo também como
fundamental para dinamizar o
processo de paz. Com ele, abre-se
a porta para mais acordos com as
Farc", disse o presidente ao assinar o pacto humanitário.
"Descansar da violência"
Por sua vez, o chefe máximo das
Farc, Manuel Marulanda ("Tirofijo"), disse acreditar que, assim como foi possível chegar a esse acordo, "poderemos chegar a um segundo ou a um terceiro, até conseguirmos aquilo pelo qual anseiam todos os colombianos, isto
é, uma saída política do conflito
social e armado, de modo que a
Colômbia possa finalmente descansar de tanta violência".
O pacto "é uma boa notícia para
o povo colombiano, especialmente para as mães e outros familiares
dos militares e policiais", enfatizou o septuagenário fundador das
Farc, a maior força rebelde do
país, com cerca de 16.500 combatentes.
O governo e o movimento guerrilheiro discutiram o acordo à
margem das negociações de paz
propriamente ditas, que vêm sendo conduzidas desde 7 de janeiro
de 1999 numa área desmilitarizada de 42 mil km2 de selva no sul do
país, sob controle rebelde desde
novembro de 1998.
Tomarão parte no processo de
libertação dos combatentes diplomatas de vários países-como
Canadá, Cuba, Espanha, França,
Itália, México, Noruega, Suécia,
Suíça e Venezuela-, que integram a comissão internacional
que tem assessorado o processo
de paz, além de representantes do
Reino Unido e da ONU.
O embaixador colombiano em
Washington, Luis Alberto Moreno, afirmou ter convicção de que
o acordo humanitário será "muito bem recebido" nos Estados
Unidos.
O país é o principal patrocinador do Plano Colômbia de combate ao narcotráfico -ao qual as
Farc se opõem- com uma injeção de cerca de US$ 1,3 bilhão em
ajuda econômica e militar.
Tradução de Clara Allain
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