DA REUTERS

George Tenet foi um dos assessores mais próximos do presidente George W. Bush para a segurança nacional e exerceu papel-chave na formulação dos contestados argumentos em favor da Guerra do Iraque.
Veterano que já trabalhara estreitamente com o ex-presidente Bill Clinton, Tenet teve o segundo mais longo mandato à frente da CIA -sete anos, perdendo só para Allen Dulles (1953-61).
Ele ajudou a reerguer o moral da CIA numa época marcada por pedidos de maior ênfase no trabalho de espionagem feito por agentes, após críticas a uma excessiva dependência da alta tecnologia, como satélites.
Críticos da guerra dizem que Tenet e outros membros da administração Bush superestimaram o perigo do Iraque, dizendo que as evidências foram demasiado baseadas no que dizia o líder oposicionista iraquiano Ahmad Chalabi, hoje desacreditado. Em livro recente, o jornalista Robert Woodward citou Tenet como tendo dito a Bush, em dezembro de 2002: "Não se preocupe, é um "slam-dunk"" -uma expressão do basquete para designar um resultado certeiro, para dizer que as provas quanto às armas de destruição em massa, maior argumento para a guerra, eram uma certeza.
Especialistas atribuem a permanência de Tenet a seu conhecimento do funcionamento interno de Washington, sua habilidade negociadora e suas vitórias contra a Al Qaeda, apesar de outros fracassos muito divulgados. Osama bin Laden ainda não foi capturado, mas cerca de dois terços dos outros líderes da rede o foram.
Tenet também é visto como responsável por ter dado estabilidade à CIA, que, nos cinco anos anteriores à sua direção, teve três diretores. Antes de sua renúncia, o republicano Bush tinha repetidas vezes expressado confiança em Tenet -filiado ao Partido Democrata.
O 11 de Setembro, fruto de uma conspiração complexa que envolveu agentes da Al Qaeda dentro e fora dos EUA, foram vistos como falha importante da inteligência. Especialistas dizem que Tenet demorou muito a reestruturar as operações da CIA para enfrentar melhor o terrorismo pós-Guerra Fria.


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