São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Na Itália, 10 mil homens estão a postos para garantir a segurança do presidente, que se encontrará com o papa

Bush tenta melhorar sua imagem na Europa

DA REDAÇÃO

Sob um dos mais fortes esquemas de segurança já montados no país, a Itália recebeu na madrugada de hoje George W. Bush. Mais de 10 mil policiais italianos estarão a postos para garantir a segurança do presidente dos EUA durante a visita, que ocorre por conta da comemoração do 60º aniversário da libertação de Roma da ocupação nazista.
Além do premiê Silvio Berlusconi, Bush se encontra ainda hoje com o papa João Paulo 2º, 84, um dos maiores críticos à invasão do Iraque -trata-se do terceiro encontro dos dois líderes, o primeiro desde o início da guerra.
Amanhã, Bush janta com o presidente francês, Jacques Chirac, e permanece na França para as celebrações dos 60 anos do Dia D (desembarque das forças aliadas na Normandia, em 1944). Em discurso, Bush irá comparar a questão iraquiana e a guerra contra o terrorismo com a Segunda Guerra e defenderá o uso da força militar americana em nome da libertação de países da tirania.
A rápida visita de Bush aos dois países tem como objetivo melhorar sua imagem na Europa, atrair maior apoio externo para as operações no Iraque e superar as divergências em relação à nova proposta de resolução na ONU.
Nessa campanha, em entrevista à revista "Paris Match", Bush declarou que "nem todos os que combatem a presença americana no Iraque são terroristas". A questão iraquiana e a guerra contra o terrorismo são hoje as maiores ameaças à sua reeleição.
As manifestações da população contra as ações americanas no Iraque, aliás, têm preocupado Berlusconi. Apesar de o governo ser aliado dos EUA, a maioria dos italianos é contra a ocupação e a popularidade do presidente americano cai cada vez mais. "O que me preocupa é a violência. Estou preocupado com esses jovens que queimam bandeiras, depredam ou até pior", disse o premiê.
Em 2001, em Gênova, uma pessoa morreu num confronto entre a polícia italiana e manifestantes em reunião do G8 (que reúne os sete países mais ricos e a Rússia).
Berlusconi pediu aos italianos que recebam Bush como "o representante de um grande país que nos salvou do nazismo e nos protegeu da ameaça soviética". Os ativistas, porém, esperam reunir ao menos 100 mil pessoas.
Mesmo a França, cujos laços com os EUA estão abalados desde a guerra, proibiu durante esta semana protestos contra a ocupação do Iraque no centro de Paris.


Com agências internacionais

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