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IRAQUE OCUPADO
Na Itália, 10 mil homens estão a postos para garantir a segurança do presidente, que se encontrará com o papa
Bush tenta melhorar sua imagem na Europa
DA REDAÇÃO
Sob um dos mais fortes esquemas de segurança já montados no
país, a Itália recebeu na madrugada de hoje George W. Bush. Mais
de 10 mil policiais italianos estarão a postos para garantir a segurança do presidente dos EUA durante a visita, que ocorre por conta da comemoração do 60º aniversário da libertação de Roma da
ocupação nazista.
Além do premiê Silvio Berlusconi, Bush se encontra ainda hoje
com o papa João Paulo 2º, 84, um
dos maiores críticos à invasão do
Iraque -trata-se do terceiro encontro dos dois líderes, o primeiro desde o início da guerra.
Amanhã, Bush janta com o presidente francês, Jacques Chirac, e
permanece na França para as celebrações dos 60 anos do Dia D
(desembarque das forças aliadas
na Normandia, em 1944). Em discurso, Bush irá comparar a questão iraquiana e a guerra contra o
terrorismo com a Segunda Guerra e defenderá o uso da força militar americana em nome da libertação de países da tirania.
A rápida visita de Bush aos dois
países tem como objetivo melhorar sua imagem na Europa, atrair
maior apoio externo para as operações no Iraque e superar as divergências em relação à nova proposta de resolução na ONU.
Nessa campanha, em entrevista
à revista "Paris Match", Bush declarou que "nem todos os que
combatem a presença americana
no Iraque são terroristas". A
questão iraquiana e a guerra contra o terrorismo são hoje as maiores ameaças à sua reeleição.
As manifestações da população
contra as ações americanas no
Iraque, aliás, têm preocupado
Berlusconi. Apesar de o governo
ser aliado dos EUA, a maioria dos
italianos é contra a ocupação e a
popularidade do presidente americano cai cada vez mais. "O que
me preocupa é a violência. Estou
preocupado com esses jovens que
queimam bandeiras, depredam
ou até pior", disse o premiê.
Em 2001, em Gênova, uma pessoa morreu num confronto entre
a polícia italiana e manifestantes
em reunião do G8 (que reúne os
sete países mais ricos e a Rússia).
Berlusconi pediu aos italianos
que recebam Bush como "o representante de um grande país
que nos salvou do nazismo e nos
protegeu da ameaça soviética".
Os ativistas, porém, esperam reunir ao menos 100 mil pessoas.
Mesmo a França, cujos laços
com os EUA estão abalados desde
a guerra, proibiu durante esta semana protestos contra a ocupação do Iraque no centro de Paris.
Com agências internacionais
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