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Indústria muda alvo de anúncios
DE NOVA YORK
De remédios para o coração a
drogas para o fígado, a indústria
farmacêutica não pára de oferecer
amostras grátis de medicamentos
na TV nos EUA. Depois da cena
clássica do homem abraçado à família, com o cachorro pulando no
gramado e uma casa branca com
cerquinha como pano de fundo,
invariavelmente surge o telefone
para o qual se pode ligar e pedir
uma amostra do medicamento,
de graça, em casa.
Mais do que uma estratégia
agressiva de publicidade, esses
anúncios revelam uma mudança
mais profunda na tática dos fabricantes, afirma David Rothman,
professor de medicina social na
Universidade Columbia (EUA).
Antes, a indústria direcionava
sua máquina de propaganda aos
médicos, que prescrevem os remédios aos pacientes. As empresas chegavam a dar presentes como carros e viagens para promoverem seus medicamentos.
"Em vez de pressionar o médico
ou o hospital, estão tentando fazer
com que a pessoa vá ao médico e
peça seu remédio. Temos pesquisas que mostram que, quando um
paciente pede por um remédio específico, o médico dá a receita. Está funcionando", diz Rothman.
A FDA, monitora do mercado
nos EUA, não tem regras específicas nesse caso. Apesar da crítica, o
professor é cético quanto a restrições. "Nos EUA, há liberdade de
expressão, inclusive na propaganda, o que torna difícil conter isso.
Mas é curioso pedir uma receita
com base numa amostra grátis."
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