São Paulo, sábado, 04 de junho de 2005

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Indústria muda alvo de anúncios

DE NOVA YORK

De remédios para o coração a drogas para o fígado, a indústria farmacêutica não pára de oferecer amostras grátis de medicamentos na TV nos EUA. Depois da cena clássica do homem abraçado à família, com o cachorro pulando no gramado e uma casa branca com cerquinha como pano de fundo, invariavelmente surge o telefone para o qual se pode ligar e pedir uma amostra do medicamento, de graça, em casa.
Mais do que uma estratégia agressiva de publicidade, esses anúncios revelam uma mudança mais profunda na tática dos fabricantes, afirma David Rothman, professor de medicina social na Universidade Columbia (EUA).
Antes, a indústria direcionava sua máquina de propaganda aos médicos, que prescrevem os remédios aos pacientes. As empresas chegavam a dar presentes como carros e viagens para promoverem seus medicamentos.
"Em vez de pressionar o médico ou o hospital, estão tentando fazer com que a pessoa vá ao médico e peça seu remédio. Temos pesquisas que mostram que, quando um paciente pede por um remédio específico, o médico dá a receita. Está funcionando", diz Rothman.
A FDA, monitora do mercado nos EUA, não tem regras específicas nesse caso. Apesar da crítica, o professor é cético quanto a restrições. "Nos EUA, há liberdade de expressão, inclusive na propaganda, o que torna difícil conter isso. Mas é curioso pedir uma receita com base numa amostra grátis."


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