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Parlamentares trabalhistas planejam saída de Brown
DA REDAÇÃO
Um movimento de parlamentares trabalhistas que preparam um documento pedindo
publicamente a substituição do
líder do seu partido e premiê do
Reino Unido, revelado ontem, e
o anúncio da saída de mais uma
ministra do governo agravaram
a crise política por que passa
Gordon Brown.
Hazel Blears, ministra das
Comunidades, é a quarta integrante do governo a abandonar
o premiê desde anteontem.
Na terça, a ministra do Interior do Reino Unido, Jacqui
Smith, o chefe de gabinete do
governo, Tom Watson, e a ministra das Famílias, Beverley
Hughes, divulgaram indiretamente pela imprensa que devem renunciar aos seus cargos.
O jornal "Financial Times"
descreveu as deserções como
tentativas de se abandonar um
navio que afunda. Brown prometia para a semana que vem
uma reforma do gabinete, que
pode, com a debandada de auxiliares, vir a ser antecipada.
Na manhã de ontem, Blears
divulgou sua decisão em uma
nota pública em que disse que
seu desejo era "ajudar o Partido
Trabalhista a se reconectar
com o povo britânico".
O partido -e o governo
Brown- tem sido o mais duramente atingido pela exposição
de malversação de auxílios-moradia a que parlamentares
têm direito e de gastos fúteis de
integrantes da Câmara dos Comuns bancados com uso de
verbas públicas.
Pesquisas indicam a vitória
do Partido Conservador nas
próximas eleições para o Parlamento. Analistas e jornalistas
britânicos dizem que Blears,
com seu gesto, indicou apoio
aos trabalhistas rebeldes que
querem tirar Brown da liderança do partido.
Segundo o jornal "The Guardian", parlamentares do partido do primeiro-ministro estão
recolhendo assinaturas de
apoio para forçar a eleição interna de escolha de um novo líder para a legenda. O objetivo,
segundo o jornal, é iniciar o
processo até a semana que vem.
O "Guardian" divulgou inclusive um cronograma detalhado,
segundo o qual os trabalhistas
rebeldes pretendem ter um novo líder do partido -e, por consequência, um novo primeiro-ministro- até o início de julho.
O líder dos conservadores,
David Cameron, disse ontem
que o país estava entregue "a
um gabinete disfuncional, um
governo disfuncional, liderado
por um primeiro-ministro incapaz de liderar". Ele voltou a
pedir que Brown antecipe as
eleições gerais, inicialmente
previstas para o ano que vem.
Com agências internacionais
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